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MT: Clima cria cenário de recordes em 2017

Imea e AgRural projetam áreas com expansão em cerca de 4%, o que se confirmado, a partir de janeiro, imprimirá números inéditos


O mesmo clima que beneficiou a condução e o ritmo da semeadura da soja da safra 2016/17, em Mato Grosso, criou – até o presente momento – um cenário positivo para o planejamento da segunda safra, para os produtores que vão optar pelo plantio do milho safrinha no Estado. Com a conclusão do plantio da oleaginosa totalmente dentro da janela ideal da cultura e com previsão de que em janeiro mais de 7 milhões de toneladas (t) possam ser colhidos, o que libera espaço para o plantio do cereal, a previsão, tanto do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), quanto da Consultoria AgRural é de que a área destinada ao milho safrinha cresça 4% em 2017, quando comparada ao ano anterior.

Como a área disponível é a mesma e uma sucede a outra, qualquer incidente durante o plantio, desenvolvimento e colheita, pode atrapalhar e encurtar a janela do milho, a exemplo da seca, que prejudicou ambas as culturas no ciclo passado.

Conforme o Imea, a área cultivada para a safra 2016/17 é de ficou estimada em 4,42 milhões de hectares (ha), o que representa aumento de 4,13% ante a safra passada. “Um dos principais motivos deste aumento no Estado é justamente o adiantamento da semeadura da soja, o que irá apresentar um potencial de semeadura dentro da janela maior quando comparada à safra passada, mas ainda há muito para se observar a avaliar até a conclusão do plantio do milho safrinha”, pontuam os analistas. Se os números se confirmarem e considerando o potencial da janela ideal, com uma produtividade estimada em 94,4 sacas por hectare, valor 27,20% maior do que foi visto na safra passada, ofertando 25,03 milhões/t.

A AgRural concluiu na semana passada a sua primeira estimativa de intenção de plantio de milho na safrinha 2017. A expectativa é de que a área brasileira cresça 5%, para recordes 11,1 milhões ha. Combinada à linha de tendência de produtividade, essa área resulta em produção potencial de 59,9 milhões/t de toneladas, o que coloca a produção total 2016/17 de milho do Brasil (safra de verão e safrinha) em 88,3 milhões de toneladas, com aumento de 33% em relação à safra 2015/16, quando houve quebra da segunda safra por estiagem, e de 4% na comparação com o ciclo 2014/15.

Em termos relativos, o avanço de área entre os principais estados produtores é puxado pelo Paraná, que tem aumento estimado em 6%. Em seguida aparecem Mato Grosso e Goiás, com 4% cada. Apesar da perspectiva de recuo dos preços domésticos do milho tão logo a situação de oferta se normalize (o que deve acontecer caso a safrinha venha cheia), os valores ainda relativamente firmes oferecidos pela saca, causados pela escassez vivida em 2016, estimulam os produtores a ampliar a área. O plantio acelerado e o bom andamento da safra de soja, que reforçam a expectativa de colheita rápida e boa janela para o plantio da safrinha, também estimulam o avanço da área de milho. O tamanho final da área, porém, dependerá em grande medida das condições climáticas durante o plantio, entre janeiro e março.

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