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MT: criadores estão preocupados com importação

“É preciso analisar o impacto dessa atitude com profundidade”, diz Acrimat


Foto: Divulgação Acrimat

Criadores de Mato Grosso, maior produtor nacional de carne, estão preocupados com a autorização do Ministério da Agricultura para a importação de bovinos e bubalinos de países que integram o Mercosul, como Uruguai, Argentina e Paraguai. As regras foram estabelecidas em julho de 2019, tanto para animais adquiridos para abate imediato quanto para gado de engorda.

Entidades destacam que não foram consultadas. A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) destaca que é preciso analisar o impacto dessa atitude com profundidade. “Com a seca que atingiu o Estado de Mato Grosso nos últimos dois anos, com mais impacto no ano passado, alguns setores da cadeia produtiva da pecuária cogitam a possibilidade de importar animais para abate. A informação, não confirmada pelo ministério” diz o presidente, Oswaldo Pereira Ribeiro Jr.

Para ele este assunto também acende um debate sobre a sanidade animal no Estado e a manutenção de regras para atingir o status de febre aftosa sem vacinação. O último caso da doença no Mato Grosso foi há 25 anos. O trabalho de controle é rígido e abrange, além do Mapa, órgãos como o próprio órgão de defesa estadual (Indea),  presente nos 141 municípios mato-grossenses. “Abrir para a importação nos colocaria em risco; pode ocorrer a reinserção de doenças entre o nosso rebanho, e isso é algo que nos preocupa”, enfatiza o dirigente.

Em termos nacionais, o Brasil conta com um serviço de defesa sanitária certificado e auditado pela OIE, o que permite ao país comercializar sua carne para mais de 150 nações. “A importação de animais, por vezes de origem onde não se observa o mesmo critério, é algo que pode prejudicar a comercialização do nosso produto”, completa.

A falta de animal pronto é uma realidade, existe uma escassez de animais devido a grande seca enfrentada pelos produtores mato-grossenses. “As chuvas estão voltando agora, e a recuperação de pasto só agora está se mostrando eficiente, o que nos dá a segurança em dizer que até março ou abril teremos animais prontos para abate”, acrescenta Ribeiro.

Do total do rebanho mato-grossense, que hoje chega a 30,1 milhões de cabeça. 85% são criados em pasto, e 15% em confinamento, o que assegura, com a retomada da normalização do regime de chuvas e a consequente recuperação das pastagens a entrega de animais prontos para abate nesse período.
 

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