CI

MT: faltam R$ 2,9 bi para a safra

Parte que cabe ao produtor seria de R$ 3,95 bilhões, mas há apenas R$ 2,1 bilhões disponíveis em caixa


Dono da maior área plantada com grãos na safra 2007/2008, Mato Grosso pode perder o posto de líder em produção, nesta safra que começa a ser plantada, por falta de recursos. Segundo estudo realizado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola (Imea), faltam R$ 2,9 bilhões para que os agricultores do Estado possam fechar as contas e semear os mesmos 8,6 milhões de hectares da safra passada, utilizando o mesmo padrão de tecnologia.

Conforme o levantamento, o Estado vai precisar de R$ 12,2 bilhões para plantar a safra 2008/2009, quantia 43% superior à do ano passado. "Esse crescimento é por causa do aumento dos custos de produção, provocado pela alta dos insumos", diz o superintendente do Imea, Seneri Paludo.

Recursos

Dos R$ 12,2 bilhões necessários, o Imea estima que apenas 7,3% da necessidade será proveniente do crédito oficial do governo. A maior parte dos recursos é financiada pelas tradings e pelos bancos privados, que devem disponibilizar 60,4% do total necessário este ano, ficando 32,3% por conta dos próprios agricultores.

Segundo Paludo, apenas os produtores do Estado teriam de desembolsar R$ 3,95 bilhões, dos quais existem em caixa disponíveis apenas R$ 2,1 bilhões. "Com isso, falta R$ 1,9 bilhão. O outro R$ 1 bilhão é equivalente a dívidas de renegociação que vencem nesta safra", afirma Paludo.

Apesar do déficit de caixa dos produtores, Paludo ressalta que outra preocupação existente no Imea é em relação aos recursos privados de tradings e bancos, que financiam a maior parte da safra mato-grossense. "Não conseguimos identificar quanto dos R$ 7,4 bilhões que seriam aplicados pelas empresas privadas já chegaram aos produtores, mas, com a falta de crédito no mercado internacional, pode faltar ainda mais crédito para a safra no Estado."

Menos Tecnologia 

Diante da falta de crédito e da indisponibilidade de recursos, os produtores dão como certo o menor uso de tecnologia na safra. A tendência é que sejam aplicados menos fertilizantes, que as sementes não sejam de qualidade adequada e que o uso de defensivos seja em volume insuficiente para proteger a lavoura. Relatos de produtores indicam que parte dos agricultores garantiu a compra de 50% do adubo para iniciar o plantio, mas ainda falta a outra metade. Outra parcela comprou 100% dos fertilizantes, mas não tem capital para comprar os defensivos, principalmente contra a ferrugem da soja.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.