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MT: o que aguarda a pecuária de corte em 2022

Oferta de fêmeas, volatilidade da arroba e custos de aquisição de animais estão entre os desafios


Foto: Marcel Oliveira

O 1º semestre de 2021 foi marcado por elevadas cotações na arroba do boi gordo, sendo junho o mês que registrou o recorde de R$ 302,40 na média estadual. A menor oferta de animais – visto que a retenção das fêmeas se intensificou – somada às exportações que continuaram em patamares elevados, influenciou para este cenário. Por falar em abate, de janeiro a novembro o número de animais recuou 12,11% ante o mesmo período de 2020.

Já com relação ao mercado internacional, até o mês de set.21, as exportações de carne bovina vinham com um volume 8,87% acima do registrado no mesmo período de 2020, até que, diante da confirmação do caso atípico da “vaca louca”, a China saiu das negociações e os embarques reduziram 82,48% na soma de out.-nov. ante a out.-nov. de 2020. Isso pressionou as cotações no mercado interno que, da casa dos R$ 300,00/@, passou para R$ 250,00/@ no período. No entanto, com a retomada da demanda no último bimestre do ano, as cotações dentro da porteira voltaram a apresentar valorização.

Para 2022 o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) projeta que a oferta de fêmeas surgindo no mercado, volatilidade da arroba e custos com aquisição de animais diminuindo são os principais tópicos. Se 2021 se resumiu em alta volatilidade nos preços diante das “surpresas” que ocorreram no mercado, a gente já sabe. Mas de modo geral, uma lição que ficou para o pecuarista matogrossense para o próximo ano foi: buscar uma ferramenta de travamento dos preços é uma necessidade primordial (principalmente para aqueles que realizam o confinamento e possuem o seu gado com “data de validade fixa”).

E é nessa linha que se espera 2022. Apesar das expectativas de menores variações nas cotações do boi gordo ante o cenário observado em 2021, ainda sim fatores externos, como o retorno das compras chinesas após 103 dias de embargo, podem movimentar bastante o mercado. Além disso, é esperado um leve acréscimo na oferta de fêmeas ao abate, o que pode indicar um início de inversão de ciclo para a pecuária, assim como os preços do bezerro tendem a ser pressionados, já que são dois anos de retenção de matrizes no estado de Mato Grosso.

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