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MT: Planta flex seria opção mais viável


A grande produção de milho segunda safra, em Mato Grosso, derrubou os preços da commodity, que, aliado a uma armazenagem deficitária, tornou-se um problema para o setor produtivo. Esse contexto tem aquecido as discussões sobre a viabilidade da criação de uma matriz de produção de etanol de milho no Estado. Nesta safra, 2012/13, Mato Grosso se tornou o maior produtor nacional do cereal, mesmo cultivando o milho apenas como opção de safrinha, desbancando o tradicional Paraná. Sozinho, o Estado ofertou 40% de toda produção de segunda safra do grão no país.


A iniciativa tem à frente barreiras quanto às estruturas das usinas, a formação de um mercado para comercialização dos produtos derivados, o preço pago ao produtor na saca do grão e, principalmente, a falta de subsídios governamentais.

Estudo do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) frisa que a usina em planta “flex”, utilizando cana-de-açúcar e milho para a produção de etanol, seria a opção mais viável em curto prazo, em relação aos valores investidos e o risco. Isso porque as adaptações nas usinas seriam menos custosas e o consumo de material para propulsão das caldeiras seria menor, visto que o bagaço da cana-de-açúcar tem a mesma função da madeira, sendo complementar.

Em valores, o investimento para uma usina de planta “flex”, utilizando 500 (quinhentas) toneladas de milho por dia, durante 105 dias por ano, seria de R$ 18 milhões. Já para uma usina de planta “full” (somente milho), processando 500 toneladas ao dia, 330 dias por ano, o investimento seria de R$ 45 milhões. Os valores pagos na saca de milho ao produtor também variam de acordo com o modelo de planta da usina, a “flex” poderia pagar R$ 20 na saca, já a “full” R$ 18.

Ainda segundo o Imea, numa perspectiva de produção em que as oito usinas ativas em Mato Grosso começassem a operar usando 500 t/dia, seriam consumidas pouco mais de 1,3 milhão de toneladas do grão ao ano, o que estaria ainda longe de solucionar o problema, já que o Estado produziu quase 22 milhões de toneladas de milho.

O que fica das discussões que ocorreram na semana passada, durante o I Fórum Brasileiro de Etanol de Milho e Sorgo, é que a produção de etanol de milho potencializaria um setor ainda pouquíssimo explorado no Estado, mas que a solução definitiva para o milho continuaria dependendo de investimentos expressivos em logística e armazenagem.


EM MATO GROSSO - Exemplos são a Usimat, no município de Campos de Júlio e a Libra, em São José do Rio Claro. A Usimat já produz etanol de milho e segundo o presidente Alfredo Scholl, não foram necessárias muitas adaptações. “Fizemos a troca da preparação que é adicionada, ao invés daquela para cana-de-açúcar, usamos uma para produção de cereais e fizemos o anexo de equipamentos de recepção de grãos e armazenamento como silos, moegas, tombadores, redler e elevadores, mas a maioria dos equipamentos usados são os mesmos”. Ainda segundo Scholl, os recursos de investimento foram próprios e chegaram a R$ 47 milhões, sendo que 60% foram para a adaptação à planta flex e 40% para produzir o DDG, sigla em inglês que significa proteína desidratada, usada na alimentação animal. “As argumentações sobre essa matriz deveriam passar pelo ponto de proteína dos grãos, pois isso tornaria mais viável para o produtor”.

A Libra, que inicia a produção nas próximas semanas, tem uma unidade acoplada a outra de produção de etanol de cana-de-açúcar, concentrado investimentos iniciais de R$ 20 milhões, e que chegarão a R$ 35 milhões. A usina tem pretensão de usar 180 mil toneladas de milho em 2014 e 280 milhões em 2015 e recuperar os valores investidos em três anos.

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