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MT/etanol: Litro não é o mais barato do país

Reajustes ocorridos nesta semana tiraram do Estado a liderança do ranking. Alteração veio justamente quando a gasolina sofreu brusco aumento


Depois de várias semanas, a movimentação de preços alterou o cenário nacional e trouxe de volta litro do etanol comercializado no estado de São Paulo como o mais barato do país. Por uma pequena diferença de centavos, o valor médio na bomba apurado pela nova rodada da pesquisa de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), apontou R$ 2,67, ante R$ 2,68 na média mato-grossense. Mesmo que o impacto financeiro não seja dos mais significativos no bolso do consumidor, ele ocorreu justamente no momento em que a gasolina se tornou mais cara, como mostrou o Diário na edição da última quarta-feira.

No país, os preços do etanol hidratado subiram em 20 Estados e no Distrito Federal e caíram em outros seis nesta semana. No período de um mês, acumulam alta em 19 Estados e no Distrito Federal, queda em outros seis e estabilidade em Minas Gerais, conforme dados ANP. Em Mato Grosso, foram três semanas de manutenção de preços médios na casa de R$ 2,67 para a elevação a R$ 2,68 nesta semana.

Em São Paulo, principal Estado produtor e consumidor, a cotação caiu 0,37% na semana, para R$ 2,67 o litro, e no período de um mês acumula baixa de 0,11%. Na semana, o maior avanço das cotações foi registrado no Acre (5,84%), enquanto o maior recuo ocorreu em Roraima (2,01%). A maior alta mensal, de 7,85%, foi no Distrito Federal e a maior queda foi na Paraíba e em Sergipe (1%).

No Brasil, o preço mínimo registrado para o etanol foi de R$ 2,32 o litro, em São Paulo, e o máximo foi de R$ 4,34 o litro, no Rio Grande do Sul. Na média, o menor preço foi de R$ 2,67 o litro, em São Paulo e o maior preço médio foi verificado em Amapá, de R$ 3,75 o litro.

Os preços do etanol hidratado seguem sem competitividade ante os da gasolina em todo País, pela sétima semana consecutiva, de acordo com dados da ANP. A relação é favorável ao biocombustível quando está abaixo de 70%.

GASOLINA - O impacto do aumento médio de 8,1% no preço da gasolina nas refinarias desde o último dia 6 ainda não está influenciando o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S). Porém, está prestes a aparecer, conforme o coordenador do IPC-S da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Paulo Picchetti. Contudo, ele acredita que a desaceleração no ritmo de alta no preço do etanol no varejo deve equilibrar o efeito de elevação da gasolina para o consumidor. "O aumento ainda pode ser ponderado pela demanda fraca", afirmou.

Na segunda quadrissemana, a gasolina teve variação negativa de 0,30%, praticamente a mesma apurada anteriormente, de -0,32%. Já a taxa do etanol no IPC-S ficou positiva em 1,59%, na comparação com 2,56% na primeira leitura de dezembro. "Os combustíveis não devem pressionar muito o IPC-S, nem por um lado nem de por outro De alguma forma, a desaceleração na alta do etanol pode compensar o reajuste da gasolina", reforçou.

Como mostrou o Diário na edição do último dia 14, muitos consumidores foram surpreendidos na hora de abastecer com a gasolina ao encontrar o litro por até R$ 3,88 na bomba, consequência do anúncio de reajuste autorizado pela Petrobras, que também se estendeu ao óleo diesel. A elevação dos preços da gasolina e do diesel nas refinarias anunciada pela Petrobras entrou em vigor no último dia 6. Conforme a Estatal, as altas nas refinarias foram de 8,1% à gasolina e de 9,5% ao diesel, o que gerou expectativa de repasses ao consumidor final de R$ 0,17 sobre o litro do diesel e de R$ 0,12 à gasolina.

 

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