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MT investiga nova doença da soja

Os efeitos são o apodrecimento dos grãos dentro das vagens 25 dias antes da maturação


Foto: Marcel Oliveira

A safra 2021/22 de Mato Grosso está sendo afetada por uma nova doença, ainda sem explicação por parte de produtores e pesquisadores. A safra, que já começou a ser colhida, traz alguns prejuízos na qualidade do grão colhido. Os casos são relatados, principalmente, no município de Sorriso, capital nacional da soja. A doença apodrece os grãos, causando prejuízos.

Depois de colhidos, os grãos apresentam qualidade bem diferente da situação apurada por meio de análises, há cerca de duas semanas. Vendo por fora as vagens têm boa qualidade mas ao abri-las são observados grãos menores e avariados, em meio a grãos bons. A nova doença ainda não tem nome e não foi identificada por pesquisadores, nem são sabidas as causas. Assim, produtores locais esperam redução na produtividade.

A doença se torna mais agressiva 25 dias antes da maturação, fazendo com que as vagens abram, afetando os grãos. Os casos foram mais frequentes com o alto volume de chuvas no Mato Grosso. São estimadas perdas já na casa de 40% em algumas propriedades.

Consultada pelo Portal Agrolink, a assessoria da Aprosoja-MT informou que "a área técnica está fazendo um levantamento para conhecimento dessa praga. Não temos números, mas já estamos cientes do que está acontecendo nas lavouras. Assim que tivermos mais informações, iremos repassar".

Também não há informações se viria a ser a mesma doença que atingiu as lavouras na safra passada no Estado. No ciclo 20/21 produtores da região médio norte de Mato Grosso, relataram a abertura das vagens e apodrecimento dos grãos. Em fevereiro de 2021 o  Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea MT) descartou uma nova doença e afirmou que "foram detectados os fungos Colletotrichum truncatum, Phomopsis sojae, Fusarium semitectum nas vagens e nos grãos, além destes, o fungo Rhizoctonia solani. Porém, os microrganismos identificados tratam-se de patógenos endêmicos, ou seja, doenças comuns no cultivo das lavouras de soja no Estado como causadores das doenças de final de ciclo, não sendo provavelmente a causa principal da anomalia constatada pelos produtores".

Segundo a Embrapa, na época "a hipótese da causa do apodrecimento de vagens está ligada a um conjunto de fatores relacionados ao ambiente desfavorável e à sensibilidade de determinadas cultivares. O ambiente desfavorável trata-se, muito provavelmente, de estresses térmicos, com elevadas temperaturas, associadas com déficit hídrico. Quanto às cultivares de soja, as observações a campo sugerem existir variabilidade genética para sensibilidade a esse problema". Também apontou a existência de de fungos já descritos na cultura como Phomopsis, Colletotrichum, Cercospora e Fusarium.

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