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Conjunção de fatores imprimiu semestre de recordes


Conjunção de fatores – demanda e cotações aquecidas mais a valorização do câmbio – imprimiu semestre de recordes

As exportações mato-grossenses encerraram o primeiro semestre de 2012 com novos recordes históricos. De janeiro a junho as vendas somaram US$ 7,11 bilhões, alta de 39,37% sobre o acumulado de igual período do ano passado, US$ 5,10 bilhões. Com receita inédita para o período, o Estado conquistou mais uma posição no ranking nacional dos maiores exportadores do Brasil, passando da sétima posição para a sexta colocação, lugar jamais ocupado pelo Estado no semestre.


Neste rol, o Estado é único que não pertence ao Sul e Sudeste brasileiro, regiões que concentram as exportações e dominaram o ranking do semestre. Os dados fazem parte do balanço do semestre divulgado nessa quarta-feira (11) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

Historicamente, Mato Grosso tinha quase que cativa a 10ª posição, colocação que foi deixando nos últimos três anos. Superam a receita estadual os estados de São Paulo, US$ 27,16 bilhões, seguido de Minas Gerais, US$ 16,21 bilhões, Rio de Janeiro, US$ 14,52 bilhões, Paraná, US$ 8,84 bilhões, Rio Grande do Sul, US$ 8,51 bilhões e Mato Grosso com US$ 7,11 bilhões. Com a ascensão, Mato Grosso deixou para trás concorrentes antigos e fortes no comércio internacional, como o Pará, Espírito Santo e Santa Catarina.

A nova posição de Mato Grosso dentro do comércio internacional já vinha sendo desenhada desde o início do ano, com saldos mensais que superavam números consolidados em meses pares de anos anteriores, imprimindo novos recordes.

Como explica o economista e consultor da PR Consultoria, em Cuiabá, Carlos Vitor Timo Ribeiro, o comércio internacional do Estado colhe os bons frutos da “explosão das exportações de soja em grão”, registradas especialmente desde março, com a antecipação da colheita da safra 2011/12. “De lá para cá, houve uma conjunção de fatores positivos vindos do mercado. Primeiro a demanda aquecida pela soja em grão pela perspectiva de escassez, movimento que gerou e manteve as cotações internacionais em alta. E especialmente para o Estado, a valorização do dólar frente ao real, fez com que os preços pagos por cada toneladas fossem realmente remuneradores. Esse tripé é que fez toda a diferença até aqui”.

Outro ponto destacado pelo economista é o ganho cambial que a pauta estadual contabiliza em 2012. “Saímos de uma condição de perdas, em função da valorização do real até o ano passado e em 2012 esse quadro foi revertido”. Considerando a média do dólar em junho deste ano ante igual momento de 2011, a cotação passou de 1,586 para R$ 2,049, incremento de 29%. “Com isso, podemos dizer que a pauta registra ganho cambial de R$ 3,29 bilhões, porque ao converter a receita de US$ 7,11 para o câmbio médio de junho, o faturamento soma R$ 14,57 bilhões. Já sob uma taxa de câmbio a R$ 1,586, os US$ 7,11 bilhões se transformam em R$ 11,28 bilhões. A diferença são os R$ 3.29 bilhões a mais”.


RECORDE – De uma pauta de 100 itens, 61,33% das vendas estaduais se concentram na soja em grão. Conforme o já antecipado pelo Diário, na última terça-feira, as exportações de soja em grão produzida em Mato Grosso superam, em apenas seis meses, todo o volume embarcado durante os 12 meses de 2010 e estão 92,76% maiores quando comparadas aos volumes encaminhados em igual período do ano passado. Com esses volumes, das mais de 21,3 milhões toneladas (t) produzidas na safra 2011/12, no Estado, quase 60% já deixaram as fazendas, os armazéns e os portos nacionais.

De janeiro a junho deste ano, já saíram do Estado 8,79 milhões de t, ante um total de 8,65 milhões de t exportados de janeiro a dezembro de 2010. No primeiro semestre de 2011, 4,56 milhões de t haviam deixado os portos brasileiros com destinos aos principais consumidores internacionais da commodity mato-grossense.

BALANÇA – Em relação ao saldo da balança comercial neste primeiro semestre – diferença entre os volumes exportados e importados – Mato Grosso segue com o segundo maior saldo do Brasil, US$ 6,44 bilhões, perdendo apenas de Minas Gerais, cujo resultado é de US$ 10,61 bilhões. Na comparação com igual resultado do primeiro semestre de 2011, cerca de US$ 4,44 bilhões, há avanço de 45%.

Em terceiro lugar está o Pará com US$, 5,96 bilhões, seguido do Rio de Janeiro, US$ 4,89 bilhões. O Brasil encerrou o semestre com saldo comercial de US$ 18,54 bilhões, inferior aos US$ 23,68 bilhões acumulados em igual período do ano passado.

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