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MT/Milho: Perda anual excede 5,9 milhões de t

Severidade do clima vai mostrando seu saldo real com avanço da colheita e na 8ª revisão das estimativas do Imea projeção cai quase 27%


Como resumiu o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o saldo da segunda safra de milho no Estado “vai de mal a pior” com a revisão negativa dos números de produção anunciados nessa semana na oitava estimativa divulgada pelo órgão que aponta produtividade média ao Estado de 79,4 sacas por hectare (sc/ha), queda de quase 27% em relação ao volume colhido na safra 2014/15, mesmo com área recorde, consolidada em 4,25 milhões de hectares no atual ciclo. Em volume, perdas se confirmadas resultarão em menos 5,97 milhões de toneladas entre uma safra e outra. 

Neste último relatório, o Imea estimou uma produção de 20,22 milhões de toneladas, o que significa um recuo de 1,02 milhão de toneladas em relação à estimativa anterior, que foi realizada no final de maio e diminuição de 29,9% em relação à safra 2014/15 ou, menos 5,97 milhões de toneladas. Essa queda na produção do Estado deve tornar a relação de oferta e demanda apertada internamente, sendo a expectativa de que o mercado opte por suprir a demanda interna. 

Analistas do Imea que realizaram o levantamento destacam que os impactos climáticos estão sendo tão severos – neste caso, a falta de chuvas durante o desenvolvimento das lavouras - de forma que há relatos de casos, mesmo que isolados, de lavouras com produtividade insuficiente até mesmo para cobrir o custo operacional com sua colheita. “A região nordeste é disparadamente a mais afetada pela escassez de chuva nos períodos de maior importância para o desenvolvimento das plantas, até mesmo sobre as lavouras que foram semeadas dentro da janela ideal (até fevereiro), haja vista o déficit pluviométrico na região”. 

RAIOS-X - A queda na oferta decorre da revisão negativa sobre a produtividade reajustada em todas as regiões. Conforme o Imea, o nordeste mato-grossense lidera o ranking das regiões mais afetadas, sendo a última estimativa de 50 sc/ha, que, se concretizada, pode apresentar o maior recuo produtivo de uma safra para a outra dentre as regiões do Estado, de 52,8%. Já com o segundo maior recuo produtivo pode ficar a região sudeste, com variação negativa de 26,9% contra o que foi visto na safra 2014/15 e expectativa de produtividade de 79 sc/ha na atual safra. 

Como explicam os analistas do Imea, as culturas de segunda safra de Mato Grosso estão recebendo impactos negativos e acentuados das condições climáticas pouco favoráveis ao desenvolvimento das plantas. Nesse sentido, o órgão anuncia que está desenvolvendo seu primeiro levantamento de abandono de área do milho, que espera divulgar juntamente com os dados da nona estimativa de safra, com o objetivo de quantificar tal impacto. Por isso, a área estimada do milho safra 2015/16 permanece inalterada, visto que a mesma não incorpora as prováveis áreas que não serão colhidas. 

A colheita do cereal chegou ao final de junho com pouco mais de um quarto da área total colhida, ou seja, 25,78% dos 4,25 milhões de ha plantados. O ritmo indica avanço de 4,34 pontos percentuais (p.p.) sobre igual momento de 2015. 
 

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