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MT seguirá líder nacional até 2026

Milho, soja, algodão e cana vão garantir posição de destaque ao Estado por pelo menos mais dez anos com produção em cerca de 95 mi de t


Com expansões projetadas em dois dígitos, Mato Grosso seguirá, por pelo menos mais dez anos, o maior produtor de grãos e fibras do Brasil, conforme o Segundo o estudo Brasil – Projeções do Agronegócio 2015/16 a 2025/26, apresentado ontem (15) pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O ganho em produção virá das principais culturas/commodities já conhecidas e que já fazem do Estado o maior produtor nacional como milho segunda safra, soja e algodão. Mas na próxima década, Mato Grosso receberá grande contribuição da cana-de-açúcar, que unida às demais, poderá somar oferta total de 95 milhões de toneladas na safra 2025/2026. O Estado assumiu a liderança no início dos anos 2.000.

Conforme a estimativa da SPA/Mapa, os canaviais em Mato Grosso crescerão 39,8% em área plantada na comparação entre a safra 2015/16 e a 2025/26, passando de 267 mil hectares (ha) para 373 mil. Em produção, a estimativa é sair das atuais 18,82 milhões de toneladas (t) para 26,24 milhões/t, ganho de 39,4%. Como pontuam os técnicos responsáveis pelo estudo, “a expansão de área de soja e cana-de-açúcar deverá ocorrer pela incorporação de áreas novas, áreas de pastagens naturais e também pela substituição de outras lavouras que deverão ceder área”. O crescimento previsto para a cultura, em Mato Grosso, é uma das maiores do país - Mato Grosso do Sul (41,3%), Mato Grosso (39,4%), Goiás (35,5%) e Minas Gerais (33%) – está acima da média nacional, esperada em 35%.

Ao considerar apenas as commodities agrícolas, a soja, o milho e a pluma de algodão – onde Mato Grosso responde na safra 2015/16 por 27,2%, 24,9% e 63%, respectivamente do total nacional – em 2025/26 o Estado poderá atingir o volume de 69 milhões/t. Para o Brasil, a previsão é encerrar a próxima década com 255,3 milhões/t, levando em conta as 95 milhões/t projetadas ao Estado, junto com a cana-de-açúcar que foi incluída no estado, Mato Grosso participará com pouco mais de 37% da oferta nacional.

O milho tem previsão de crescimento de 41,5% em produção, ao passar de 20,72 milhões/t para 29,33 milhões/t. A área cresce 39,6 no período, de 3,46 milhões ha para 4,83 milhões.

Para a soja, a expansão prevista é de 37,1% na oferta do grão, de 27,96 milhões/t para 38,35 milhões/t, e a área saindo de 9,14 milhões ha para 12,21 milhões ha, elevação espacial de 33,7%.

Para o algodão, o estudo não trouxe números regionalizados. O Diário levou em consideração o fato de o Estado participar, na atual safra, com 63% da produção da pluma e o restante pertencerem ao estado da Bahia, para estimar a oferta local em 2025/26.

O estudo – Os técnicos responsáveis pelo levantamento destacam que a produtividade, aliada aos mercados interno e externo, continuará sendo o principal fator a impulsionar o crescimento da produção agrícola. “Enquanto o aumento previsto para produção é de 30%, o prognóstico de expansão da área plantada é 12,7%. Ou seja, o rendimento das lavouras será maior mesmo que o espaço cultivado avance em ritmo menor”. A média deve passar de 3,4 t/ha em 2015/16 para 3,89 t/ha em 2025/26. “Enquanto a produção de grãos está prevista crescer 2,5%, a área deve expandir-se 1,3% ao ano. Esse percentual está pouco abaixo do observado nos últimos dez anos que foi de 2,6%. Entre os grãos os maiores ganhos de produtividade devem ocorrer em arroz, milho e algodão. A produtividade média de soja deve ficar em 3,0 t/ha em 2025/26”.

A projeção é que a área plantada passe de 72,1 milhões ha para 83,1 milhões em 2025/26, um acréscimo de 11 milhões.

A expansão da agropecuária exigirá investimentos em infraestrutura, pesquisa e financiamento. De acordo com a SPA, as projeções têm o objetivo de indicar possíveis direções de crescimento do setor e dar subsídios aos formuladores de políticas públicas sobre as tendências de produtos do agronegócio.

A produção de carnes (bovina, suína e aves) entre 2015/16 e 2025/26, deverá aumentar em 7,8 milhões de toneladas. Representa um acréscimo de 29,8% em relação à produção de carnes de 2015/16. As carnes de frango e suína são as que devem apresentar maior crescimento nos próximos anos: frango, 34,6% e suína, 31,3%. A produção de carne bovina deve crescer 21% entre o ano base e o final das projeções. Nas carnes, também haverá forte pressão do mercado interno. Do aumento previsto na produção de carne de frango, 67,3% da produção de 2025/26 serão destinados ao mercado interno, da carne bovina produzida, 75,2% deverão ir ao mercado interno, e na carne suína 80,3%. “Deste modo, embora o Brasil seja, em geral, um grande exportador para vários desses produtos, o consumo interno será predominante no destino da produção”, afirma o estudo. 

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