CI

MT tem receita inédita

Saldo das vendas de janeiro a novembro deste ano soma US$ 10,26 bi e 2011 é o melhor da história


Saldo das vendas de janeiro a novembro deste ano soma US$ 10,26 bi e 2011 é o melhor da história

2011 não chegou ao fim, mas já é o melhor ano para o comércio exterior de Mato Grosso. Seja nas exportações, como nas importações, os números acumulados até novembro superam todo o ano passado e atingem marcas inéditas. Somente com os embarques, o Estado contabiliza em onze meses receita de US$ 10,26 bilhões, 21,42% acima do observado em 2010, quando o saldo anual foi de US$ 8,45 bilhões. Nas importações, Mato Grosso negociou US$ 1,42 bilhão no acumulado do ano, valor acima do recorde de compras registrado em 2008, US$ 1,27 bilhão. No ano passado, as importações fecharam o ano em US$ 988,96 milhões.


Numa comparação entre o desempenho das exportações mato-grossenses realizadas há dez anos, em 2001, por exemplo, o crescimento supera os 640%, com a receita passando de US$ 1,39 bilhão para atuais US$ 10,26 bilhões. O que o Estado levava um ano para contabilizar agora se registra em um único mês. Entre as peculiaridades de 2011, está a sequência de quatro meses consecutivos em que as exportações ultrapassaram vendas de US$ 1 bilhão, no segundo semestre, período que até 2010 sempre foi marcado pela desaceleração no ritmo das vendas. No primeiro semestre, março, abril e maio, também tiveram sequências de negócios acima de US$ 1 bilhão. Dos onze meses do ano, em sete deles, as vendas tiveram esse saldo, juntos seriam suficientes para ultrapassar o faturamento de anual de 2007, quando as vendas somaram US$ 5,13 bilhões.

“Em 2011 as exportações tiveram um desempenho fantástico, seja em volume físico como em valores. Foi um ano tão surpreendente que jamais apostaríamos em um saldo maior que US$ 10 bilhões”, aponta o economista da PR Consultoria, Carlos Vitor Timo Ribeiro. Ainda segundo ele – que esteve por anos analisando dados como esses para Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt) – a previsão de vendas para este ano era até tímida, já que o dólar iniciou o ano – e esteve boa parte dele – desvalorizado frente ao real, ou seja, prejudicando o exportador. “Se chegássemos a US$ 9 bilhões, tínhamos o que festejar”, exclama.

Questionado sobre a performance dos últimos quatros meses, Timo Ribeiro afirma que toda essa movimentação, até então atípica para o histórico do Estado, “é reflexo do apetite mundial por proteínas que deixa o mercado mais disposto a comprar. E nós vendemos comida”. O economista destaca também um ponto específico: a China. “Essa tendência ascendente para o consumo de proteínas é movida pela riqueza da população. Um chinês, por exemplo, que deixa de comer carne de soja para comer um filé, faz uma diferença e tanto e essa troca de proteína pode aumentar por mais dias na semana”.


Na comparação com as vendas de novembro do ano passado, quando a desaceleração era perceptível, as vendas atingiram US$ 576,31 milhões, quase 50% inferiores ao saldo mensal de US$ 1,02 bilhão no mês passado.

CÂMBIO – Outra particularidade do exercício 2011 para as exportações mato-grossenses é a inversão de um 2010 marcado pela perda cambial para um ano que fecha com ganho cambial. Como destaca Timo Ribeiro, houve um ganho de 5% em relação à média do dólar de novembro do ano passado para o último mês. “No ano passado, novembro fechou com média de R$ 1,71. No mês passado, a média foi de R$ 1,79, alta que garantiu ao saldo vendas mais US$ 820 milhões. Se não fosse a valorização da moeda norte-americana, o recorde de US$ 10 bilhões não teria se concretizado e a ascensão do dólar a partir de agosto deste ano foi suficiente para mudar o cenário de perda para o de ganho”. (Veja mais sobre exportações na página C2)

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.