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MT vai ingressar em novo ciclo de crescimento a partir do álcool

Mato Grosso poderá se transformar em um grande produtor de álcool


Mato Grosso se prepara para ingressar em um novo ciclo de crescimento econômico a partir do álcool, sobretudo com a recuperação dos preços no mercado internacional e as perspectivas de grandes investimentos no setor nos próximos anos.

Na opinião dos industriais, este é o melhor momento vivido nos últimos anos pelo setor sucroalcooleiro, acreditando-se que Mato Grosso poderá se transformar em um grande produtor de álcool (atualmente, é apenas o 6º do ranking), pois detém condições privilegiadas no que diz respeito a clima e solo, além de contar com terra abundante para o plantio da cana-de-açúcar.

O Estado possui atualmente uma área de aproximadamente 180 mil hectares de cana. E pode não só expandir a área de plantio – mediante o aproveitamento das pastagens - como promover a renovação das terras já cultivadas.

O superintendente do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado (Sindálcool), Jorge dos Santos, não tem dúvidas quanto ao futuro e diz que a conjuntura é favorável em todos os aspectos: “Conseguimos recuperar os preços, aumentamos a produção e vivemos a expectativa de um novo ciclo para o álcool. O futuro é realmente promissor”.

Segundo ele, as 11 destilarias em funcionamento atualemente geram cerca de 14 mil empregos – com perspectiva de chegar a 25 mil no período da colheita - e, do setor de agronegócio, a cana-de-açúcar foi a cultura que melhor respondeu à crise:

“Há três anos, 95% da cana esmagada no Estado era da própria usina. Não havia produtor independente. Hoje, 30% da matéria-prima utilizada pelas indústrias é fornecido pelos produtores, sinalizando que o segmento vem passando por uma nova fase”.

Estimativas do Sindálcool apontam que a produção de álcool anidro e hidratado em Mato Grosso, este ano, deverá atingir 800 milhões de litros, contra 760 milhões de litros produzidos em 2006. O crescimento previsto é de 5,26%. No caso do açúcar, a produção deverá passar de 550 mil toneladas para 600 mil toneladas (incremento de 9,09%).

Esta ainda não será a maior safra de álcool, pois em 2004 a produção atingiu 814 milhões de litros. Mas, em relação a 2002 (653 milhões de litros), o crescimento será de 22,51% e, em comparação com 2001 (589 milhões de litros), o incremento passará de 35%.

“A previsão é de que, com a recuperação dos preços, a produção cresça continuamente a partir do próximo ano”, estima o superintendente do Sindálcool.

Se a produção ainda não atingiu o recorde, o consumo vem aumentando ano a ano. Em 2005, de acordo com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o consumo de álcool anidro e hidratado em Mato Grosso foi de 162 milhões de litros, com crescimento de 6,57% em relação ao ano anterior (152 milhões de litros). Em relação a 2003, houve incremento de 40,86% no consumo.

Fora isto, em Mato Grosso o cenário para os usineiros não poderia ser melhor, sobretudo em função dos preços da commodity, que voltaram a ser remuneradores. Porém, o superintendente do Sindálcool alerta: “É preciso equacionar alguns problemas internos, como o da logística de transporte e dos impostos, para podermos pensar em exportação”.

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