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Mudança exige investimento coletivo

A colheita mecanizada do café foi iniciada na área da Cocamar


No mês passado, a colheita mecanizada do café foi iniciada na área da Cocamar, que após a fusão com a Corol passou a contar com cerca de 30 mil hectares de cafezais. A cooperativa maringaense trouxe uma colheitadeira (que pertence a uma prestadora de serviços mineira), especialmente para realizar o serviço nas propriedades dos cooperados.


Um dos locais atendidos pela máquina foi a propriedade de Antonio Lavanholi, agricultor de Cianorte que resolveu modernizar todo o seu cafezal. Depois de substituir as lavouras antigas e fazer adaptações para a colheita mecânica – aumentando o espaçamento entre as plantas para a entrada do equipamento –, seu Antônio adquiriu todos os aparelhos necessários ao trabalho na roça. Entre os produtos que foram sendo comprados aos poucos, está um trator pequeno de 17 cavalos e uma adubadeira mecânica, que joga o adubo debaixo da saia da planta.

O produtor estima ter investido cerca de R$ 40 mil para mecanizar o cafezal, que conta com 40 mil pés plantados em uma área de 11 hectares. De acordo com Lavanholi, esse valor poderá ser totalmente coberto em menos de dois anos, apenas com a economia que terá com a redução da mão-de-obra. “Hoje eu trabalho praticamente sozinho”.

Lavanholi também afirma que a cafeicultura é a melhor opção para as pequenas propriedades, desde de que o agricultor conduza o trabalho de forma empresarial, investindo em tecnologia. “Com mecanização, redução de custos, produtividade e qualidade, o café se torna altamente viável e lucrativo”, completa Lavanholi, que espera produzir cerca de 300 sacas beneficiadas.

De acordo com o jornalista e pesquisador da área do café Rogério Recco, exemplos como o de Lavanholi elevam a competitividade do produto. “A mecanização reduz em pelo menos 40% os custos com mão de obra e possibilita ao cafeicultor manter e até ampliar os cafezais, coisa impossível de imaginar pelo modelo manual. Além disso, proporciona mais qualidade ao café, pois a colheita acontece rapidamente, no estágio em que os grãos estão ‘no ponto’.”


Para este ano de safra baixa, a área total do café no Paraná será 89,5 mil hectares, com 75,4 mil hectares de área colhida. A produção está estimada em 1,7 milhões de sacas de 60 quilos (média de 23 sacas por hectare). Em 2010, ano de safra alta, foram colhidas 2,2 milhões de sacas, média de 28 sacas por hectare.

Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a principal região produtora de café no ano passado foi a de Jacarezinho, com 906,5 mil sacas (36,3 por hectare), seguido pelas regiões de Cornélio Procópio, com 261,4 mil sacas (27 por hectare) e Apucarana, com 260,7 mil sacas (28,3 por hectare).

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