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Mudança no nível de micotoxinas é desafio para o agro

"São limites muito rigorosos que podem trazer prejuízos significativos para o produtor"


A partir do dia 1º de janeiro do próximo ano de 2019 os níveis máximos tolerados da micotoxina deoxinivalenol, que é conhecida como DON, nos derivados do trigo serão de 20% a 25% menores do que são hoje. De acordo com o presidente da Câmara Setorial das Culturas de Inverno do Ministério da Agricultura, Hamilton Jardim, a situação está sendo discutida a sete anos, mas, mesmo assim, preocupa o setor. 

"São limites muito rigorosos que podem trazer prejuízos significativos para o produtor. A Anvisa precisa compreender que o controle do patamar de DON não depende exclusivamente do trabalho do agricultor. Trigo é uma cultura muito sensível às condições climáticas e vulnerável a manifestação de pragas”, comenta. 

Nesse cenário, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que, em níveis excessivos, a toxina que é causada por fungos pode ser prejudicial ao organismo. Segundo o especialista Luiz Fernando Pacheco, analista da T&F Consultoria Agroeconômica, “pesquisas científicas apontam que a ingestão eventual da toxina não prejudica a saúde humana, e sim o consumo em patamares elevados ao longo da vida, que leva ao acúmulo da substância no fígado”. 

A partir de 2019, para o trigo integral, trigo para quibe, farinha de trigo integral e farelo de trigo, o nível permitido passa de 1.250 microgramas por quilo para 1.000 microgramas/kg. Já para farinha de trigo, massas e biscoitos cracker e água e sal, serão autorizados 750 microgramas/kg, ante 1.000 microgramas/kg. 

“O receio dos triticultores com a legislação mais severa é porque as safras não são uniformes. A da temporada atual, por exemplo, sofreu com o clima excessivamente úmido, em especial do Rio Grande do Sul, o que levou a uma ocorrência maior da giberela, doença fúngica que afeta o grão na fase de frutificação”, conclui.

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