Os ativos da PCS Fosfatos do Brasil estão nas mãos da Tortuga Companhia Zootécnica Agrária, líder brasileira do setor de suplementos minerais. Com a aquisição, a companhia integra fosfato microgranulado e uma pequena dose do mitsuisal à sua linha de produtos, atendendo pelo menos parte da demanda por esse nutriente mineral. A Tortuga já produz o fosfato bicálcico, outro dos ingredientes do composto nutricional que ela comercializa.
O anúncio foi feito quase um mês após a conclusão das negociações, que começaram ainda em 2007, sem que os números oficiais da transação fossem revelados. Mas analistas do setor calculam que a Tortuga tenha desembolsado cerca de R$ 90 milhões para ouvir o martelo soar. O que o presidente da empresa, Max Fabiani, revela é que o valor, seja ele qual for, "foi pago com capital próprio". Em 2008, a empresa já havia empenhado outros R$ 40 milhões em investimentos.
Para o consultor da Agripoint, Miguel da Rocha Cavalcanti, essa aquisição "faz todo sentido. Agora a Tortuga vai ter o privilégio de produzir sua principal matéria-prima em um cenário de restrição de oferta de fosfato frente a uma crescente demanda mundial", avalia Cavalcanti.
A capacidade de produção de fosfato bicálcico da Tortuga, componente usado na formulação de 150 produtos de nutrição, é de 20 mil toneladas por mês. A produção de fosfato microgranulado da já incorporada PCS deve somar 100 mil toneladas ao final de cada ano. O volume total da produção mensal da empresa é de 45 mil toneladas, isso até a aquisição. A partir de agora, esse número vai saltar para 55 mil toneladas.
No ano passado, a Tortuga faturou R$ 532,8 milhões, um montante 17% maior ao do ano de 2006. E para este ano a previsão é faturar R$ 65 milhões. No mesmo ano de 2007, a empresa viu o valor das exportações crescer 265%, em relação ao ano anterior.
Com um capital 100% nacional, a companhia atua em 17 países, e mantém duas unidades no Paraguai e uma no Uruguai, além das 14 unidades de vendas e nove centrais de distribuição em solo brasileiro. Instalada em Mairinque, no interior de São Paulo, a divisão Nutrição Animal da Tortuga é a maior fábrica de suplementos minerais do mundo. Era a única com essa bandeira até então, mas não vai mais ficar sozinha depois da incorporação das unidades da PCS e da finalização da construção de uma fábrica em Fortaleza. Lá, segundo Fabiani, foram investidos R$ 50 milhões do Banco do Nordeste, R$ 20 milhões de capital próprio.
A PCS atua no Brasil desde sua incorporação pela canadense Potash-Corp. em 1999, quando da compra da unidade fabril Mitsui, divisão de Nutrição Animal, localizada no município paulista de São Vicente, e da sucessiva construção em 2005 de uma unidade, em Lavras, Minas Gerais.
As referentes unidades vão passar por algumas adequações para incrementar ainda mais a produção da empresa que detém 10% do mercado nacional, informa Max Fabiani. A Tortuga ainda não sentiu nenhum dos efeitos da atual crise mundial. Nem mesmo com a necessária política de hedge que como exportadora ela pratica. "Mantivemos nossas posições e não perdemos um dólar sequer", explica o presidente da maior fornecedora de insumos do País.
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