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Na equação do produtor, agricultura mais pecuária é igual a menos riscos


Na equação do produtor rural, a diversificação das atividades com sistemas integrados que unem o plantio de grãos, como a soja e o milho, com a pecuária, representa sempre uma melhor gestão de riscos do empreendimento rural. O conceito foi apresentado nesta quarta-feira (17), pelo produtor rural e presidente da Fundação MS, Luiz Alberto Moraes Novaes (Mandi), no Dia da Integração, dentro da programação da 75ª Exposição Agropecuária de Campo Grande (Expogrande). 


Em palestra no evento, Novaes apresentou o seu caso de sucesso com o uso de sistemas integrados. Desde 1992, ele consorcia várias atividades na propriedade rural que sua família possui no município de Maracaju, a 162 quilômetros de Campo Grande. Inicialmente a integração foi feita em parte da fazenda com o cultivo de grãos e engorda de gado até que em 2004 chegou a 100% da área  e em 2008 introduziu uma nova cultura no sistema, a cana-de-açúcar.

"Inclui a cana no sistema depois de muita pesquisa. Precisava de um novo elemento para ter como gerir melhor os riscos da atividade agrícola, como o clima, pragas, doenças e o mercado. Com a cana entramos em um novo setor, o dos biocombustíveis, além de mantermos a posição no mercado em que já atuávamos, o da produção de alimentos. Não dependemos mais de uma única atividade. Se o desempenho de uma não está tão positivo é compensado pela outra", explica o produtor.

Novaes revelou que o sistema que adotou na propriedade prevê a rotação das atividades em períodos de tempo pré estabelecidos. Dessa forma, a área cultivada com soja e depois milho safrinha, após três safras será destinada a pecuária, que terá também um ciclo de três anos de produção, antes que o cultivo de grãos volte a ocupar o terreno por mais três anos, para em seguida ser sucedido pelos canaviais.

Em razão da introdução da cana no sistema, o produtor comenta que terá de melhorar a adubação do solo. "A cana tem um sistema radicular mais profundo, então, o cuidado que tínhamos com o solo até uma profundidade de 20 centímetros, para a soja e o milho, terá que ser ampliado para 40 centímetros. Esse vai ser um investimento significativo, mas que temos certeza que resultará em uma grande produção de cana e depois de soja e milho na rotação das atividades. Projetamos que esse solo, corrigido dessa maneira, possa levar a produtividade recorde de soja, chegando a casa de 100 sacas por hectare", comenta.


Ainda em relação a cana, Novaes diz que apesar da cultura ocupar a menor área dentro do sistema integrado, 19% do total, representa a segunda maior receita bruta da propriedade, 37%. O cultivo de grãos que é feito em 42% da área, lidera as receitas, com 48% do total e a pecuária, com pastagens em 39% da fazenda, é responsável por 15% do total obtido com todas as atividades.

Para os produtores que ainda desconhecem os benefícios do sistema integrado de produção, o presidente da Fundação MS recomenda que eles busquem informações, quebrem os paradigmas e invistam na diversificação. "Sempre digo para que não siam de uma atividade para entrar em outra. Entrem nas duas juntos", concluiu.

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