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Negócios com a China passarão de US$ 10 bilhões em 2005


O fluxo de comércio de produtos entre o Brasil e a China, de US$ 6,7 bilhões em 2003, "pode facilmente passar de US$ 10 bilhões em dois anos", estima o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Há várias possibilidade de negócios em discussões entre os dois países, o que pode levar a esse salto no comércio e que incluem áreas como software e investimentos em malha ferroviária para escoamento de soja e minério de ferro, disse o chanceler a este jornal.

"Como é de interesse da China manter uma oferta diversificada (de fornecedores), a perspectiva para a soja brasileira, por exemplo, é fantástica." No ano passado, o saldo da balança comercial bilateral foi positivo para o Brasil, em US$ 2,4 bilhões. Entre os principais produtos exportados aos chineses hoje estão a soja em grão e o minério de ferro.

O Mercosul e a China estão discutindo a viabilidade de um acordo nos moldes do negociado entre a Índia e a África do Sul, de preferências tarifárias, que poderá evoluir depois para um de livre comércio e que pode contemplar exceções, disse Amorim. "Espera-se que a discussão esteja adiantada em maio, quando o presidente Lula da Silva visitará a China."

Em outra frente para abertura de mercado, na negociação com a União Européia (UE), o Mercosul deverá fazer uma oferta de serviços que contemple segmentos de interesse dos europeus, como o de telecomunicações e o financeiro. O Brasil sempre foi reticente quanto à abertura desse setor, mas é uma troca que os europeus pedem para dar mais acesso à área agrícola.

A indicação de abertura em produtos agrícolas que a UE fez é interessante, disse o ministro. "Com os europeus, praticamente limpamos o campo. Sabemos o que podemos e o que não podemos (negociar)." Com os Estados Unidos, o que ajuda a emperrar a discussão da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) é a tentativa de Washington de reabrir a agenda e ir além da discussão sobre acesso a mercados, afirma.

Amorim disse que, na Rodada de Doha, da Organização Mundial de Comércio (OMC), dois países sul-americanos que deixaram o grupo dos 20 países em desenvolvimento (G-20) mostraram interesse em se reaproximar. Saíram do grupo o Peru, o Equador e a Colômbia.

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