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Nespresso compra no país 45% do café e diverge de concorrência

A Nespresso adquire no Brasil cerca de 45% do volume total de café que processa em sua fábrica na Suíça


A Nespresso, divisão de café premium da Nestlé, adquire no Brasil cerca de 45% do volume total de café que processa em sua fábrica na Suíça e que depois envia para lojas em todo o mundo, informou o principal executivo da empresa. A estratégia de compra de matéria-prima da empresa difere de outras concorrentes no setor de café de alta qualidade, como a norte-americana Starbucks, que adquire no Brasil apenas uma fração do café que comercializa mundialmente.

"O café brasileiro funciona muito bem para o nosso negócio. É um café que tem corpo, é muito apreciado pelo consumidor europeu", afirmou a jornalistas Gerhard Berssenbrugge, presidente-executivo da Nespresso, ao visitar a recém-inaugurada loja da empresa em São Paulo.

A Nespresso deve terminar 2006 com 79 lojas em todo mundo, com previsão de elevar esse número para 120 até o final de 2007. Além das lojas físicas, a empresa, que desenvolveu um sistema de café expresso utilizando cápsulas de alumínio, vende por meio da Internet quase metade de sua produção de 12 blends de várias partes do mundo.

Berssendrugge afirmou que a intenção da empresa é manter em aproximadamente 45% a parcela de produto brasileiro no total de matéria-prima nos próximos anos, o que significa elevação de compras locais, já que a empresa pretende dobrar de tamanho até 2010.

O faturamento da Nespresso, que tem crescido cerca de 30% anualmente, aproveitando o rápido crescimento do setor de cafés de qualidade, ficou em quase 1 bilhão de francos suíços (816 milhões de dólares) em 2006, e a estimativa da empresa é atingir 2 bilhões de francos suíços em 2010.

Mas a empresa prevê aumento da concorrência global no setor, que deverá também pressionar a oferta, e por isso deve intensificar o relacionamento com os produtores para garantir matéria-prima. "Muitos estão entrando nesse mercado, a Kraft, a Coca parece que também deve entrar, a Procter & Gamble. Como temos crescido bastante, outros estão olhando o sistema", disse o presidente da Nespresso.

"Temos um relacionamento estreito com os produtores, pagamos preços que estão acima dos estipulados no sistema "fair trade", e vamos continuar nessa direção para garantir a oferta".

A loja em São Paulo, em um imóvel de 450 metros quadrados em uma das regiões mais caras da cidade, inaugurou as operações da empresa na América Latina. Na terça-feira, Berssendrugge vai a Buenos Aires para abrir a segunda loja, que além de servir café, também venderá as cápsulas e as máquinas necessárias para o preparo do expresso em casa.

Em São Paulo, um café expresso será vendido por R$ 4,50 e um capuccino por R$ 8. As máquinas custam de R$ 850 a R$ 1.780 cada. Há duas semanas, a Starbucks também inaugurou operações no Brasil, maior produtor e exportador mundial do produto, onde o consumo de café de qualidade deu um salto recentemente. Além do Brasil, a Nespresso também compra café em países como Colômbia, Guatemala, Costa Rica, Quênia e Etiópia.

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