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Norte do PR registra primeiro foco de ferrugem asiática


O primeiro foco de ferrugem asiática em lavouras de soja do Norte do Paraná foi identificado na última segunda-feira (20-12). A infestação foi localizada em uma fazenda na PR-445, no município de Cambé, aumentando para 34 o número de focos no Paraná.

Em Londrina, a infestação foi localizada pelo engenheiro agrônomo Rodrigo Tramontina, da empresa Belagrícola, em uma baixada da lavoura na Fazenda Mato Grosso, de propriedade de Vander Vicente Munhóz Delapola. A avaliação é de que a doença ainda esteja em fase inicial na região. Aqui podemos afirmar com certeza que menos de 5% da roça está contaminada, afirmou. Segundo o agricultor, a lavoura de soja ocupa 63 alqueires da propriedade.

A ferrugem asiática, um fungo com alto poder de infestação, é caracterizado pela formação de pontos pretos e marrons nas folhas da vegetação, provocando a queda das folhas, impedindo o crescimento da planta e interrompendo a produção. No ano passado, o Paraná sofreu com perdas de até 50% em lavouras onde o tratamento preventivo não foi realizado.

Mesmo em fazendas onde o tratamento químico foi realizado de forma tardia, as perdas chegaram a 15%. Quando identificada antes do florescimento e sem tratamento adequado, a ferrugem pode provocar perda total da produção. Na safra 2004/2005, o primeiro foco no Estado foi identificado no município de Nova Cantu (120 km ao Sul de Campo Mourão), em novembro.

Na opinião do engenheiro, porém, a identificação precoce do fungo em uma lavoura de Cambé destaca a importância de se realizar a aplicação preventiva de defensivos químicos. A empresa onde trabalho mantém uma lavoura experimental ao lado da fazenda onde o foco foi localizado e das 24 variedades de soja plantadas no local, seis também apresentaram fungos. Isso nos leva a pensar que todo o Estado esteja sujeito à infestação, já que o inóculo se mantém no ar, explicou.

Fatores como clima ameno e alta umidade do ar estariam facilitando a propagação da ferrugem nas lavouras. Com temperatura entre 21 e 28 graus e umidade boa como nestes últimos dias, um pequeno foco pode começar a provocar perdas em menos de uma semana, avisou.

A recomendação de Tramontina para os produtores da região é de que iniciem imediatamente o tratamento preventivo, com pulverização química em duas aplicações. Depois da primeira aplicação, o defensivo protege a lavoura por 30 dias. Depois deste prazo é necessária mais uma aplicação, afirmou o engenheiro, que ressaltou: os produtores, de forma geral, precisam estar in loco para identificar a ferrugem. Mas é muito difícil ver o agricultor na roça, lamentou. Os custos da prevenção, segundo ele, giram em torno de R$ 360 por alqueire.

Na Fazenda Mato Grosso, Delapola garantiu que deve iniciar o tratamento preventivo imediatamente. A soja, da variedade BRS 184, foi plantada no dia 22 de outubro e deve ser colhida no final de fevereiro. Sofri com a infestação também na safra passada, mas não cheguei a ter prejuízos por ter feito o tratamento preventivo. Vou iniciar a pulverização o quanto antes, disse.

De acordo com o Consórcio Anti-Ferrugem, grupo composto por empresas públicas e privadas para o combate à doença, foram localizados este ano pontos de infestação em 81 municípios de nove Estados brasileiros. Maiores informações podem ser obtidas no site www.cnpso.embrapa.br/alerta e na seção Ferrugem Asiática do Portal Agrolink.

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