O Norte de Minas configura-se como novo pólo produtor de frutas no Estado. Além do cultivo de mudas de uvas tecnificadas e bananas, já existem experimentos para a plantação de morangos na região. Segundo Mário Sérgio Carvalho Dias, pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado de Minas Gerais (Epamig), responsável pela pesquisa, os frutos produzidos na região apresentaram alta produtividade e qualidade superior, pois as altas temperaturas e baixa umidade do ar impedem a proliferação de doenças e pragas nas plantações, sem a necessidade do uso de defensivos agrícolas.
Até agosto, conforme Dias, a produtividade na lavoura foi de 22 toneladas por hectare, o equivalente as plantações do Sul de Minas, principal produtor do Estado. ´Não usamos técnicas especiais, a única diferença é a cobertura do solo, que é a acícula do pinheiro (folhas) e palha. Normalmente, se usa cobertura de plástico´, explica.
Segundo ele, o custo de produção também poderá ser reduzido substancialmente com a utilização de coberturas alternativas e a redução das aplicações de agrotóxicos. ´Além disso, poderão ser utilizadas os projetos de irrigação das plantações abandonadas de banana. Mas, como as pesquisas ainda não foram concluídas, não contabilizamos o valor exato da redução´, afirma Dias.
O cultivo do morango na região, para ele, também cumpre uma função social, já que estimula o crescimento da agricultura familiar. ´No Norte de Minas, o clima é excelente para a fruticultura e o morango propicia retorno rápido de capital. E quem abandonou a cultura de banana poderá utilizar os equipamentos para a nova produção´, esclarece. Segundo ele, já existem pequenos agricultores produzindo morangos na região. ´Estão surgindo pequenas plantações, já que há orientações para se plantar o morango em, no máximo, meio hectare, até o final da pesquisa´.
O pesquisador acredita que com o fim das experiências, no Norte de Minas haverá toda a cadeia produtiva do morango. ´A região conta com indústrias de polpas, iogurte e geléia que compram a fruta no Sul de Minas a preços superiores ao que seria cobrado pelos produtores locais, pois o custo do transporte desonera o produto e sua validade, também seria maior, devido a proximidade´, explica.
Ana Paula Machado - Belo Horizonte/MG