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Nova batalha pelo algodão


Os Estados Unidos continuam colocando todos os obstáculos possíveis ao desenvolvimento do painel (comitê de investigação) sobre os subsídios ao algodão, denunciados pelo Brasil.

Os dois países protagonizaram ontem uma nova batalha de procedimentos na Organização Mundial de Comércio (OMC), sobre a designação de um "facilitador" que teria prazo de 60 dias para coletar informações sobre os subsídios norte-americanos denunciados por Brasília.

Há duas semanas, os EUA conseguiram bloquear a escolha e a reunião do Órgão de Solução de Controvérsias foi suspensa. Só que agora o presidente do órgão, um diplomata japonês, se recusa retomar a reunião para que haja decisão clara sobre o facilitador.

Existe uma visível preocupação entre países em desenvolvimento, nesse caso, sobre a orientação que pode estar sendo dada pelo diretor jurídico da OMC, um americano, ao presidente do Órgão de Solução de Controvérsias. A briga parece ínfima, sobre a mera escolha de um nome. Na verdade, reflete a enorme pressão americana para desmontar a denúncia brasileira contra os subsídios ao algodão que, se forem condenados na OMC, podem desmantelar os programas agrícolas americanos de ajuda a seus agricultores.

A União Européia, Chile e Benin apoiaram o Brasil no braço de ferro jurídico. Mas os EUA tiveram a última palavra de novo: não foi decidida a escolha do facilitador. O Brasil agora tem a opção de pedir outra reunião formal.

Enquanto isso, os países discutem sobre a formação do painel. Devem ser escolhidos três nomes por consenso. Se isso não ocorrer, o diretor-geral da OMC toma a decisão de nomear os juizes.

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