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Nova espécie de levedura é descoberta por pesquisadores

A nova espécie foi descoberta em um tronco em decomposição no campus da Esalq.


Uma pesquisa desenvolvida pelo laboratório de Bioquímica e Tecnologia de Leveduras, através do Programa de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), descobriu uma nova espécie de levedura que deverá contribuir para a fermentação de bioetanol através da fermentação de açúcares presentes em materiais lignocelulósicos. A levedura foi batizada com o nome de Spathaspora piracicabensis, em homenagem ao município paulista de Piracicaba. 

O microorganismo foi isolado pela pesquisadora Camila Varize, que o descobriu a partir da coleta de um pedaço de um tronco em estado de decomposição. A pesquisadora e autora do estudo revela que a descoberta foi observada em uma árvore ornamentada do próprio campus e que a pesquisa estudou formas de aperfeiçoar o aproveitamento total dos açúcares constituintes nesse material. “Nosso objetivo foi isolar leveduras que apresentassem capacidade de fermentar a xilose, que é o segundo açúcar mais abundante da biosfera e também o maior constituinte da fração hemicelulósica”, aponta ela.  

De acordo com Luiz Carlos Basso, que é orientador da pesquisa e professor do Departamento de Ciências Biológicas, a comunidade científica está buscando formas de otimizar o processo de bioconversão dos resíduos lignocelulósicos no etanol. O professor acredita que esse processo de bioconversão da espécie será fundamental para movimentar o mercado de combustíveis futuramente, sem prejudicar o meio ambiente. "A biomassa de origem lignocelulósica, como o bagaço de cana, é um dos subprodutos mais abundantes e disponíveis que poderia ser utilizado para alcançar o desenvolvimento sustentável de um processo de produção de biocombustível no Brasil”, comenta. 

A grande expectativa dos pesquisadores é porque a nova espécie descoberta se mostrou mais eficiente no processo de fermentação da xilose, que é uma das grandes dificuldades de outras leveduras, que não possuem capacidade metabólica para a conversão desse açúcar em etanol. Para Basso, o desafio agora é avaliar todo o potencial que a nova espécie pode trazer para os processos de fabricação de biocombustíveis. “Ela poderia contribuir como doadora de genes, que capacitariam linhagens mais tolerantes, como as de Saccharomyces. Se pudermos contribuir, mesmo que modestamente, nessa busca pelo etanol de segunda geração, já nos sentiremos recompensados”, conclui. 

 

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