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Nova Mutum: regularização ambiental e qualificação são prioridades

A decisão é fruto do preço pago em 2011, quando a saca do cereal chegou a valer R$21


O início do processo de regularização ambiental das propriedades e a disponibilização de mais de 100 cursos de qualificação profissional, tendo como público a mão de obra rural, são apontados como os principais objetivos, previstos para 2012, pelo presidente do Sindicato Rural de Nova Mutum, Alcindo Uggeri. Ele aposta em um cenário positivo com relação aos preços das commodities, acredita que 90% dos produtores invistam no milho para a segunda safra e destaca que as atenções do agronegócio do Médio Norte estarão voltadas para uma logística de transporte mais adequada, tendo como foco a hidrovia Teles Pires/Tapajós.


O trabalho com vistas a regularização ambiental teve início em 2011 e é fruto de uma parceria entre a ONG The Nature Conservancy (TNC), Governo Estadual, prefeitura, Sindicatos Rurais e Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT). Está sendo concluído o mapeamento de todas as propriedades rurais do município. O próximo passo será a localização em imagem de satélite de alta resolução, para que se tenha a noção exata das condições atuais na parte ambiental e legal. Com base nos dados, os proprietários serão auxiliados, sem custos, a promoverem à adequação ambiental, visando à recuperação e conservação das áreas de preservação permanente, como beiras de rios, córregos e lagos.

“Como isso, vamos estabelecer um novo modelo de desenvolvimento econômico, pautado na adequação e sustentabilidade socioambiental do setor agropecuário. Os produtores, através do projeto, vão mostrar que conservação e agricultura podem funcionar muito bem juntas”, explicou Uggeri ao Só Notícias. As ações estão voltadas para adequação ambiental da propriedade rural, tendo como foco as Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de Reserva Legal (RL), conforme o novo Código Florestal.

A necessidade de preparar mão de obra para operar a tecnologia, cada vez mais presente no meio rural, é um segundo ponto enfatizado por Alcindo. “Entre parcerias com o poder público, entidades, empresas privadas e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) vamos disponibilizar mais de 100 cursos de qualificação em 2012. O produtor rural precisa se conscientizar que funcionários qualificados fazem a diferença na hora de contabilizar os resultados. A tecnologia presente nas lavouras de nosso município equipara-se ao que existe nos Estados Unidos, mas nossa mão de obra ainda não”, comentou.

Com relação ao comportamento do mercado, o presidente acredita em uma situação estável no próximo ano, a exemplo do que foi constatado em 2011. “Este ano foi muito importante para a estabilização da classe produtora. 70% já comercializaram a safra de forma antecipada, conseguindo preços excepcionais, de até 22 dólares a saca. A preocupação fica por conta daqueles que não fizeram isso. Caso a China, nosso principal comprador, não apresente um crescimento, já estimado em 7%, pode haver uma desestabilização no mercado das commodities, dificultando a situação”, falou.


A previsão do Sindicato Rural é que as primeiras cargas de soja já devem ser retiradas das lavouras de Nova Mutum na segunda semana de janeiro e o ciclo de colheita será mais curto que em anos anteriores. Os agricultores investiram em sementes super precoces e o plantio foi concentrado, quase todo, em uma mesma época. “Minha preocupação é no excesso de chuva em janeiro, prejudicando a colheita”, comentou. Tudo isso, para ocupar as lavouras com milho na segunda safra. Estima-se que 90% dos produtores plantem milho. A decisão é fruto do preço pago em 2011, quando a saca do cereal chegou a valer R$21. Alcindo acredita que em 2012 ele valor atinja até R$15, o que já é suficiente para cobrir os cursos de produção, mais as vantagens da palhada na adubação orgânica.

“Otimismo. Este é o clima para 2012 no agronegócio brasileiro. O Governo Federal está cada vez mais ciente da nossa importância para a balança comercial brasileira e a manutenção dos bons números da nossa economia. A vocação do Brasil é produzir alimento para o mundo e isso nós sabemos fazer muito bem. O que precisamos é de mais respaldo”, afirmou. O respaldo mencionado por Alcindo pode ser expresso através de investimentos na logística para atender Mato Grosso, campeão nacional na produção de grãos. Ele revelou que a concretização da Hidrovia Teles Pires/Tapajós será um dos focos da Aprosoja em 2012. “A conclusão da rodovia Cuiabá/Santarém ajuda, mas é inadmissível um Estado como o nosso, rico em alternativas fluviais, ainda não estar fazendo uso do seu potencial”, concluiu.

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