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Nova praga ataca culturas em Campo Verde - MT

A lagarta Helicoverpa armigera vem sendo considerada uma das mais nefastas


A lagarta Helicoverpa armigera vem sendo considerada uma das mais nefastas

Ainda sem registros anteriores no Brasil, a Helicoverpa armigera foi localizada no início deste ano no país e já está sendo considerada uma das pragas mais sérias do mundo. Apenas na Bahia os prezuízos já ultrapassam R$ 1 bilhão. Em função disso, pesquisadores da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) estão trabalhando na busca por informações sobre o manejo, controle e comportamento da lagarta Helicoverpa armigera, que vem atacando as culturas de soja, milho e algodão em vários estados, causando sérios prejuízos para muitos produtores rurais.


Após participar ativamente da identificação da espécie, agora a Fundação MT foca seus esforços em duas frentes de trabalho. A primeira é a busca por opções de manejo e controle. Além de experimento, dois pesquisadores da instituição estão na Austrália, país que já teve problemas com esta lagarta e já a tem sob controle. Segundo Eduardo Kawakami, pesquisador da Fundação MT, os produtores australianos por três vezes tiveram quebra na safra do algodão por causa de problemas com pragas, inclusive a Helicoverpa, por isso hoje obedecem a risca as medidas sanitárias de manejo, conhecido como RMP (Resitance Management Plan). Esse programa tem como objetivo fundamental, evitar que ocorra o surgimento de populações de lagartas resistentes a inseticidas e principalmente as tecnologias Bts disponíveis no mercado. 

O pesquisador, que está na Austrália, cita que há diferenças da agricultura do Brasil e da praticada lá, mas que é possível aproveitar muito com as experiências deles. De acordo com Lúcia Vivan, entomologista da Fundação MT, outras informações estão sendo levantadas pelos pesquisadores da Fundação MT, que estão em contato com produtores e pesquisadores da Austrália que convivem há mais de dez anos com a Helicoverpa, conhecem o controle e podem nos dar subsídios para montarmos um plano de manejo de controle desta praga nova na agricultura brasileira. Eles também vão verificar sobre a adoção de tecnologias como uso de cultivares resistentes para combate desta lagarta. 

Em Campo Verde, havia a preocupação com a incidência de lagartas nas lavouras de milho BT (Bacillus thuringiensis). O milho Bt é uma designação genérica para os materiais geneticamente modificados que são tóxicos para algumas espécies de lagartas e outros insetos. Os agricultores procuraram a comissão de Gestão da Produção da Aprosoja, que organizou uma visita técnica a algumas lavouras na quinta (14) acompanhada do pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril, doutor Rafael Pitta, que Pcoletou amostras de lagartas para ensaios de resistência. Assim, ele poderá quantificar a taxa de sobrevivência destes indivíduos. No local, o pesquisador já verificou a presença da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) e não da lagarta-da-espiga de milho (Helicoverpa zea), como os produtores rurais do município suspeitavam.

De acordo com a gerente da comissão de Gestão da Produção, Franciele Dal’Maso, nestas condições de pressão
populacional, a aplicação de inseticidas torna-se necessária, principalmente em cultivares que expressam a proteína Cry 1Ab. No entanto, em 2010 foi comprovada a resistência de populações de Spodoptera frugiperda à proteína Cry 1F em Porto Rico, com apenas quatro anos de utilização da tecnologia. A segunda frente de trabalho tem o objetivo de organizar um workshop para discussão do tema passando por aspectos técnicos, manejo e controle, ameaça para o MT e experiências da classe produtora e científica com a praga.

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