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Nova variedade de feijão IAC exposta na Agrishow

Redução de 30% na aplicação de defensivos e alta produtividade são atrativos para produtores


Redução de 30% na aplicação de defensivos e alta produtividade são atrativos para produtores. Menor tempo de cozimento e alto valor proteico agradam os consumidores.

Um dos pratos mais tradicionais da mesa do brasileiro ganha reforço do Instituto Agronômico (IAC). O Instituto apresenta pela primeira vez ao grande público a nova variedade de feijão, o IAC Formoso, na 18ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, a Agrishow. A variedade desenvolvida pelo IAC é resistente a três das principais doenças do feijão, reduz em 30% a aplicação de defensivos agrícolas nas lavouras, apresenta alta produtividade aliada a estabilidade de produção, menor tempo de cozimento dos grãos e alto valor protéico, semi-precoce sendo possível o cultivo em até três vezes ao ano em regiões propícias como o leste paulista e é ideal também para a colheita mecanizada.


A nova variedade é resistente a três das doenças mais comuns que atacam o feijoeiro, a antracnose, mancha-angular e ao fusarium solani. Com essa característica, o produtor reduz em 30% a aplicação de defensivos agrícolas e diminuem, na mesma proporção, os custos de produção. “Geralmente o investimento para o cultivo de feijão varia de R$ 1.600,00 a R$ 2.500,00 reais por hectare, dependendo da região”, detalha o pesquisador do IAC, Alisson Fernando Chiorato.

Testado em 24 regiões do Estado de São Paulo, o IAC Formoso tem potencial produtivo de 4.025 kg/ha. Dos 25 genótipos testados no período de 2007, 2008 e 2009, o material do IAC foi o mais produtivo apresentando média de 2800 kg/ha em experimentos que foram irrigados e não irrigados. “O novo feijão pode chegar aos 4.025 kg/ha dependendo da região e das práticas de manejo, como por exemplo, a adubação do solo, irrigação e controle efetivo de pragas e doenças”, explica o pesquisador do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Ainda segundo Chiorato, além da maior produtividade, o IAC Formoso apresenta alta estabilidade de produção, ou seja, sofre poucas variações ambientais conforme a mudança de ambiente de cultivo, mantendo assim o seu potencial produtivo. “O programa de melhoramento genético do feijão do IAC busca sempre essa característica”, diz. Recomendado para todo o Estado de São Paulo, o Formoso ultrapassa as fronteiras paulistas e também pode ser plantado no Paraná, Santa Catarina, Goiás e Mato Grosso. “Estamos fazendo ensaios para ver se podemos recomendá-lo também para a região Nordeste. Nossa expectativa é que isso seja comprovado até o próximo zoneamento agrícola, no mês de março, do ano que vem”, diz Chiorato.

Atrativo para os produtores por conta de suas características de menor custo de produção e maior produtividade, o IAC Formoso também tem destaques que agradam o consumidor final. Seus grãos cozinham em cerca de 20 minutos na panela de pressão e seu valor protéico chega a 22,86%. “Geralmente os feijões cozinham entre 25 e 30 minutos. A variedade do IAC cozinha em menor tempo por conta da alta qualidade tecnológica nela empregada”, diz Chiorato.


Com o ciclo de produção de 80 dias, o IAC Formoso é considerado uma planta semi-precoce. Cerca de 50% das variedades existentes no mercado tem esse ciclo de produção. Com essa característica o agricultor pode produzir três vezes ao ano, nas épocas da seca em fevereiro, de inverno em maio e das águas em setembro. Por ser uma planta de porte ereto a colheita mecanizada é facilitada, fazendo com que a máquina corte rente ao solo, o que evita desperdícios de produção. Segundo Chiorato o Brasil colhe hoje 70% a 80% de seus feijões com uso de máquinas.

Feijão no Brasil- O feijão é um dos alimentos mais importantes da dieta dos brasileiros por ser uma excelente fonte protéica. O Brasil ocupa a primeira posição na produção de feijão - 3,5 milhões de toneladas ao ano - e é também o país que mais consome a leguminosa.

O Estado de São Paulo ocupa o 6º lugar no ranking dos estados mais produtores, sendo os primeiros colocados o Paraná, Bahia e Santa Catarina. As lavouras paulistas são, no entanto, as mais produtivas, com média de 2.280 quilos enquanto a média nacional é de mil.

A leguminosa é ainda um dos produtos agrícolas de maior importância econômica e social, em razão de ser cultivado em grandes áreas e devido à mão-de-obra que emprega durante o ciclo da cultura.

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