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Nova variedade de soja chega ao mercado mineiro

Objetivo das pesquisas é aumentar a aceitação e o consumo no país


Produto é resultado de 11 anos de pesquisas desenvolvidas pela Epamig, Embrapa e Fundação Triângulo

Acaba de chegar ao mercado mineiro a Soja de Minas Nutry Soy, que é semelhante ao feijão carioquinha no aspecto e na forma de preparo. A BRSMG 800A foi desenvolvida através do Programa de Melhoramento Genético da Soja para Alimentação Humana, uma parceria da Empresa de Pesquisa de Minas Gerais (Epamig), com a Embrapa e a Fundação Triângulo.

Desde 2004, elas buscam cultivares de soja especiais, com sabor mais suave, semente de maior tamanho e elevado teor de proteína. Também foi desenvolvida, a cultivar BRSMG 790A, de coloração amarela, que estará disponível no comércio ainda este ano.

De acordo com a pesquisadora da Epamig, Maria Eugênia Lisei, essas variedades possuem um paladar diferenciado em relação à cultivar Conquista, que ainda é a mais utilizada na indústria de alimentos à base de soja. “Esses produtos inovadores podem ser utilizados diretamente na dieta, em forma de saladas ou na indústria de alimentos”, explica.

Segundo Maria Eugênia, foi preciso desenvolver pesquisas com o objetivo de popularizar o consumo da soja no Brasil. “O sabor exótico da soja ao paladar brasileiro e a falta de tradição do uso desta leguminosa na nossa culinária têm dificultado sua adoção no mercado interno”, acrescenta.

Em 2011, foi realizado um estudo mercadológico da soja através do Arranjo Produtivo Local (APL) de Biotecnologia do Triângulo Mineiro para avaliar o potencial da cadeia produtiva da soja. Com o apoio de consultores, foram estudadas diferentes maneiras de comercialização das cultivares das sojas BRSMG 790 A e BRS MG 800A.

Participaram do processo, 16 investidores das regiões Alto Paranaíba (MG), Triângulo Mineiro (MG) e Alta Mogiana (Nordeste de São Paulo), com a proposta de levar o produto para o mercado. A primeira etapa foi a produção de sementes da soja geneticamente melhorada.

Para Maria Eugênia, a parte mais complicada do processo é fazer o produto chegar à mesa dos consumidores. “O custo do cultivo da soja saborosa será o mesmo, mas a colheita requer mais investimentos dos produtores. Terá que ser diferente”, afirma Maria Eugênia.

O primeiro investidor a lançar o produto no mercado foi a Good Soy. Empresa que já trabalha com produtos do segmento. A cultivar BRSMG 800A (soja marrom) foi beneficiada, embalada e comercializada como Soja de Minas “Nutry Soy”. De acordo com a diretora da empresa, Ângela Ma, antes de lançar o produto foram feitas pesquisas de aceitabilidade da soja.

“Fizemos degustação da soja marrom, preparada com feijão, em supermercado no município de Uberaba, com o objetivo de verificar a aceitação do produto no mercado local”, explica. Os pesquisadores da Epamig ofereceram a receita a 1.538 pessoas, 97% aprovaram o sabor e oito em cada 10 que provaram, garantiram que comprariam o produto.

Os resultados obtidos com as pesquisas de aceitação, segundo a pesquisadora da Epamig, Ana Cristina Juhasz, mostraram que algumas pessoas preferem a soja marrom em pacote semelhante ao do feijão, outras acham interessante colocá-la num mesmo pacote com feijão carioquinha. “Talvez seja um atrativo para os novos consumidores”, opina.

Por enquanto, o produto está disponível para comercialização em apenas um supermercado de Uberaba, mas a proposta é atingir todo o mercado brasileiro. “Participaremos, no próximo mês, do Fórum de Alimentos Escolar em São Paulo, para divulgarmos a soja mais saborosa. Queremos atingir o máximo de regiões possível”, destaca Ana Cristina.

Benefícios

Segundo Maria Eugênia, várias pesquisas realizadas no país apontaram benefícios no consumo da soja. “É um alimento rico em proteínas, além de atuar na prevenção de doenças como em osteoporose, redução de colesterol sanguíneo, o risco de doenças cardiovasculares”, afirma.

A soja pode ser também uma alternativa à reposição convencional de hormônios. “A Isoflavona, composto da soja que funciona como hormônio natural, é usada no preparo de produtos para reposição hormonal. Pode ser uma alternativa para a mulher com sintomas da menopausa”, conclui a pesquisadora.

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