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Nova variedade vai aumentar produtividade da mandioca

Novidade foi anunciada pelo chefe-geral da Embrapa durante solenidade de lançamento da placa da indústria de fécula de mandioca


O programa da Cooperativa Mista Agropecuária de Pequenos Agricultores do Sudoeste da Bahia (Coopasub) é o maior do Estado no âmbito da agricultura familiar já bancado pela Fundação Banco do Brasil. Quem afirma é o próprio presidente da instituição, Jacques Pena, que esteve presente à solenidade de lançamento da placa do maior projeto de produção de fécula de mandioca da Bahia que deverá entrar em operação no próximo ano. A inauguração, no povoado de Corta Lote, em Vitória da Conquista, dia 21 de maio, contou com a presença do governador Jacques Wagner e do superintendente do Sebrae, Edival Passos, além de lideranças locais e produtores.

O chefe-geral da Embrapa – Mandioca e Fruticultura Tropical (uma das parceiras do projeto), Domingo Haroldo Reinhardt informou que desde o início a empresa vem acompanhando o projeto, depois de uma série de análises sobre a sua localização. Na ocasião, anunciou que a Embrapa pretende em pouco tempo introduzir na região novas variedades de mandioca, como a "Formosa", em substituição a “Sergipe” que, segundo ele, está fragilizada e com produção em decadência em razão das pragas. Com a introdução de novas espécies, ele espera que a produtividade passe de 10 a 12 toneladas por hectare para cerca de 20 toneladas.

"Em pouco tempo, a unidade vai atender a demanda da região sudoeste de cinco mil toneladas de fécula por ano, passando de importadora a exportadora do produto", disse Edival Passos que, na ocasião, considerou o ato como histórico. Garantiu, em seguida, que o Sebrae vai continuar nessa parceria por ser uma experiência bem sucedida que vai dinamizar toda economia regional.

Com investimentos da ordem de R$5 milhões, sendo R$4,1 milhões da Fundação Banco do Brasil e R$ 851 mil do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), fazem parte do projeto, além da unidade de fécula, uma empacotadora de farinha e dois módulos administrativos. A Coopasub foi criada em 2005 numa iniciativa de cerca de 20 parceiros que já investiram aproximadamente R$11 milhões, incluindo 19 casas de farinha e aquisição de equipamentos.

O presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena afirmou em entrevista que no conjunto do projeto da Coopasub já foram investidos mais R$11 milhões desde sua implantação há quatro anos. “Nosso objetivo é continuar investindo e só vamos parar quando estiverem implantadas as 25 casas de farinha, e a fecularia em funcionamento.”

Os recursos são provenientes de vários parceiros como do Sebrae, BNDES, Ministério do Trabalho, Fundação Banco do Brasil, Companhia Nacional de Abastecimento, entre outras entidades. Em famílias envolvidas, mais de duas mil filiadas à Cooperativa, Pena considera ser o maior programa da Fundação na Bahia na área agrícola voltada para pequenos produtores.

Além do secretário da Agricultura do Estado, Roberto Muniz, do prefeito Guilherme, representantes da Empresa Bahiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do líder da bancada do Governo, deputado estadual Waldenor Pereira, do presidente da Coopasub, Izaltiene Rodrigues Gomes, o encontro contou ainda com as presenças de vários prefeitos da região e produtores de mandioca do sudoeste.

Reivindicação

Localizado na região do sudoeste, o município de Cândido Sales é o maior produtor de mandioca do Norte e Nordeste. Presente ao ato de inauguração, o prefeito Jaime Dias Evangelista (PSC) disse que a fecularia vai proporcionar mais estabilidade e renda para os agricultores, mas, em sua opinião, a indústria deveria ter sido instalada em seu município, conforme reivindicação feita quando da elaboração do projeto.

Com 70 anos de idade e mais de 50 vivendo da atividade da mandioca, Rosalvo Antonio de Souza (oito filhos), morador de Corta Lote, acredita que a nova indústria vai dar, principalmente, mais garantia de preços ao produtor sempre acima de R$10,00 (a saca de 50 quilos está sendo vendida em torno de R$40,00 a R$45,00).

Além da Embrapa, a EBDA também está empenhada em levar novas técnicas de produção e novas variedades, para aumentar a renda dos agricultores. A proposta, segundo o gerente regional da EBDA, em Conquista, Roberto Andrade Costa, é que a produção atual de 10 toneladas por hectare passe para mais de 20 com a introdução de novas sementes.

Quando em operação a partir do próximo ano a fábrica tem previsão inicial de atender o consumo anual do município que é de duas mil toneladas/ano. Em pleno funcionamento, com uma produção estimada de sete mil toneladas/ano, Conquista passará de importadora a exportadora de fécula, superando o consumo atual.

O presidente da Coopasub, Izaltiene Rodrigues, destaca que a unidade, em plena capacidade estará capacitada para beneficiar 100 toneladas de mandioca/dia e produzir entre 25 a 30 toneladas/dia de fécula para o mercado regional que ainda é abastecido por Paraná, São Paulo e Mato Grosso.

A entidade foi fundada em 2005, a partir de diagnóstico realizado pela Fundação Banco do Brasil, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Sebrae, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), prefeituras municipais e outras instituições.

As informações são da assessoria de imprensa do Sebrae.

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