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Novembro foi marcado pelo forte avanço das cotações de café

Cafeicultores do robusta já venderam uma boa parte da safra a preços elevados


Foto: Pixabay

O mês de novembro foi marcado pelo forte avanço das cotações externas e internas do café arábica. No cenário internacional, os contratos na Bolsa de Nova York (ICE Futures) chegaram a operar acima dos 230 centavos de
dólar por libra-peso, sendo que, no dia 24, o contratoMarço/22 atingiu 245,40 centavos de dólar por libra-peso, o maior patamar desde janeiro de 2012. Além da alta dos futuros, agentes brasileiros estiveram afastados do mercadospot, na expectativa de preços ainda maiores, contexto que reforçou o movimento de valorização do arábica no Brasil.

Assim, no dia 25 de novembro, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, fechou a R$ 1.466,92/saca de 60 kg, o maior patamar real desde 20 dedezembro de 1999 e novo recorde nominal da série histórica do Cepea, iniciada em 1996 (valores deflacionadospelo IGP-DI de out/21). E os fundamentos para a elevação dos valores seguiram sendo as preocupações relacionadas à oferta, tendo em vista a expectativa de quebra de safra em importantes países produtores, como o Brasil, e problemas logísticos.

Segundo agências internacionais, os atrasos nos embarques, problemas de espaço e aumento dos custos dos fretes marítimos geram temores de falta de abastecimento nos próximos meses, o que, por sua vez, leva agentes a intensificar as compras de contratos na Bolsa de Nova York. Ressalta-se que, nos últimos meses, torrefadores utilizaram estoques certificados nos países consumidores para suprir a demanda.

Quanto à produção de café em 2022, são crescentes as apreensões quanto aos possíveis impactos do fenômeno La Niña sobre as safras da Colômbia e do Vietnã. No Brasil, produtores seguiram relatando problemas de “pegamento” das flores na maior parte das lavouras de arábica. No entanto, agentes consultados pelo Cepea afirmaram que estimativas quanto à real quebra na safra 2022/23 podem ser realizadas apenas após o “pegamento” e início do enchimento dos grãos, que deve ocorrer entre janeiro e fevereiro de 2022.

No encerramento do mês, especificamente, os preços se enfraqueceram, influenciados por temores relacionados ao aparecimento de uma nova variante do coronavírus. Apesar disso, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, ainda acumulou avanço de 13,04% em novembro, fechando a R$ 1.420,09/sc de 60 kg no dia 30.

As cotações do café robusta subiram em novembro, impulsionadas pelo avanço dos futuros e pela retração vendedora. Mesmo com o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima voltando aos patamares de R$ 820/saca de 60 kg, a maior parte dos produtores se manteve afastada do spot nacional ao longo do mês. No dia 30, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima fechou a R$ 815,82/sc, aumento de 5,81% no acumulado de novembro.

Cafeicultores do robusta já venderam uma boa parte da safra a preços elevados. Portanto, mais capitalizados, estes vendedores esperam valores ainda maiores para voltar a comercializar grandes lotes no mercado. No campo, as lavouras estavam em fase de pegamento de chumbinho e, com as boas chuvas que vêm ocorrendo desde outubro, as expectativas iniciais são de produção satisfatória de robusta em 2022/23. Porém, com a quebra de safra do arábica, problemas em outras origens e entraves logísticos, as cotações ainda podem avançar nos próximos meses.

No Vietnã (o maior produtor de robusta), as chuvas excessivas e a falta de mão de obra, decorrente das restrições impostas pela covid-19, seguiram atrasando a colheita em novembro. Apenas recentemente é que os trabalhos de campo se iniciaram no país asiático, mas as chuvas atrapalharam as atividades. As apreensões são de que, caso as precipitações sigam até dezembro, além do atraso da colheita, a qualidade dos grãos vietnamitas possa ser afetada

dados Agromensais Cepea.

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