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Novo cancro ataca lavouras de soja no Rio Grande do Sul

A doença foi identificada em algumas áreas de Passo Fundo e de Coxilha


A Embrapa confirmou nesta quarta-feira (21-03) a ocorrência de uma nova doença de soja no Brasil: um cancro da haste, causado pelo fungo Diaporthe phaseolorum var. caulivora. A pesquisadora Leila Costamilan, da Embrapa Trigo (Passo Fundo/RS), identificou a doença, na safra 2005/06, em algumas áreas de Passo Fundo e de Coxilha, no RS. “Nesta safra já identificamos a doença em outros municípios do estado, mas ainda não temos levantamento dos danos econômicos. Mesmo assim, a doença preocupa, porque as plantas morrem precocemente, o que afeta a produtividade”, diz.

Leila explica que, em plantas adultas, as folhas secam e permanecem aderidas às plantas. As hastes apresentam áreas marrons, principalmente próximas das inserções dos ramos laterais. “Ao se raspar a superfície da haste, observa-se escurecimento interno. No entanto, as raízes têm aparência sadia”, afirma.

A nova doença é similar ao cancro da haste que causou prejuízos econômicos no Brasil, na safra 1988/89, e para a qual já foram desenvolvidas cultivares resistentes. O novo cancro já está mobilizando a pesquisa, no sentido de gerar material genético resistente. “Atualmente, ações estão sendo realizadas pela Embrapa, em conjunto com o MAPA e a Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Rio Grande do Sul, no sentido de avaliar a área de ocorrência deste cancro. No futuro, testes serão realizados com as cultivares de soja da Embrapa visando à resistência a essa nova doença”.

Como o Brasil ainda não dispõe de cultivares de soja resistentes ao problema, são indicadas, como medidas de controle, o tratamento de sementes com fungicidas e a rotação de culturas.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Soja, Álvaro Almeida, que identificou, no Brasil, a espécie causadora do problema por métodos moleculares, a doença já foi descrita em outros países como EUA, Canadá e Argentina. “Nos Estados Unidos, o problema chegou a produzir danos superiores a 50%, mas atualmente não causa preocupação pelo desenvolvimento de cultivares resistentes. Na Argentina, em 2004, as perdas de rendimento de grãos em algumas lavouras variaram de 4% a 10%”, explica Leila. As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa Soja.

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