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Número de produtores de tabaco deve crescer na região

Expectativa da Afubra é que número aumente 10%


O número de produtores de tabaco deve crescer neste ano. “Nós estamos jogando um aumento de 10%na nossa região”, comenta Ireno Fillus, coordenador da Micro Região Sete da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) que atende 48 cidades.  

Uma das razões é que os agricultores que plantam soja não estão comprando equipamento, por isso estão optando pelo plantio de tabaco. A opção em plantar o tabaco se dá pela maior rentabilidade que ele oferece. No entanto, a safra de fumo que já iniciou foi prejudicada, já que algumas plantações foram atingidas pelo granizo. “Nós já temos 888 produtores atingidos por granizo. Foi um granizo bem fraco, o fumo vai voltar a crescer. No ano passado foram 773 casos nessa mesma época”, diz Ireno.

Cerca de 98% do fumo já foi plantado, segundo o coordenador. “Ainda tem gente que vai plantar e tem alguns que plantam em janeiro, que é safrinha”, fala. A safra anterior teve ótimos resultado para os produtores. “Essa safra que acabou deuR$9,50 o quilo na nossa microrregião. Foi uma média geral, desde o fumo mais alto até o mais baixo. Se juntar nos três estados ele ficou dentro também, teve uns que tiveram menos”, explica Ireno.

Tabaco orgânico

O tabaco orgânico vem sendo cultivado em maior quantidade nos últimos anos. A produção é realizada principalmente por produtores que buscam um maior cuidado com a saúde e uma maior rentabilidade na hora da venda. “Em Irati, a produção ainda é pequena, está mais concentrada em Palmeira, São João do Triunfo e São Mateus do Sul que é o foco maior”, diz o coordenador.

A grande diferença, segundo Ireno, está na maneira em que o tabaco é cultivado. “Para o produtor, a maior diferença é que não é usado produto químico nenhum, porém em um tempo como esse, com chuva, eles dão mais serviço para os produtores. Como não são usados esses produtos, eles precisam usar a enxada, usar outros métodos”, explica.

Devido ao trabalho dobrado que um produtor de tabaco orgânico realiza, o valor também é diferenciado do tabaco comum. “O valor quando ele vende, se ele tiver o selo de orgânico, ele tem uma rentabilidade um pouco maior. O valor depende de cada empresa, cada uma trabalha com um fator, cada um trabalha com um método, então não sabemos o que cada um paga, mas se o cara produzir e fizer uma classe boa, ele tem uma rentabilidade bem melhor”, destaca.

O grande vilão no plantio de tabaco orgânico é a mão de obra. “Esse tipo de cultivo não está aumentando na nossa região. A questão é a mão de obra, porque menores de 18 anos não podem trabalhar e quem está na área é difícil encontrar a mão de obra, então se torna muito caro”, comenta Ireno, destacando que a maior parte do cultivo de tabaco é familiar.

Estufa de carga continua

Para aumentar a produção de tabaco, os produtores estão recorrendo a equipamentos melhores que permitem o manuseio da produção de forma mais rápida e utilizando pouca mão de obra. Esse é o caso da estufa de carga contínua. Ela está sendo implantada aos poucos, mas já mostra um bom resultado. “Duas pessoas hoje conseguem produzir 148 mil pés de fumo. Ela é tipo uma baia. O forno é um só, tem oito aparelhos. Tem umas que é com oito e outras é com seis. Todo dia o produtor colhe 75 grampos. Uma estufa hoje tem 600 grampos, 500 grampos, então leva dois dias para colher em várias pessoas com esse novo método”, descreve Ireno.

O sistema funciona através de rodízio. O produtor colhe todos os dias 75 grampos até chegar ao sétimo dia. No oitavo dia, ele já pode descarregar a primeira carga e continuar com o ciclo, tirando uma carga e colocando outra. Porém, o investimento ainda é caro. “A qualidade é muito boa pelas que eu visitei em Palmeira, o pessoal está contente. É um investimento caro, de R$ 150 mil em uma estufa, mas eles estão optando por ele para diminuir a mão de obra”, disse.

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