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O agro exportou quase US$ 10 bi em julho

por Marcos Fava Neves e Rafael Bordonal Kalaki


por Marcos Fava Neves e Rafael Bordonal Kalaki
 
Seguindo a recuperação de junho no desempenho das exportações do agro, em julho, as exportações (US$ 9,61 bilhões) se comparadas com o mesmo período de 2013 (US$ 9,30 bi), aumentaram 3,3%. O saldo na balança do agro foi de US$ 8,10 bi, um crescimento de 4,0% em relação a julho de 2013.

 
O valor exportado acumulado no ano (US$ 58,7 bilhões) por sua vez teve ligeira queda de 0,3% quando comparado com o mesmo período de 2013 (US$ 58,9 bilhões). O saldo positivo acumulado no ano foi de US$ 48,9 bilhões (0,3% menor que o mesmo período em 2013).
 
Os demais produtos brasileiros fora do agro tiveram um expressivo aumenta de 16,6% nas exportações (US$ 11,5 bi em 2013, para US$ 13,4 bi em 2014), o que levou a participação do agronegócio nas exportações brasileiras a 41,7% em relação as exportações totais do Brasil. Devemos lembrar que aqui tem aquele velho caso de exportação de plataforma de petróleo da Petrobrás, contaminando os números.
 
Se não fosse o agronegócio, a balança comercial brasileira teria um déficit de US$ 49,8 bilhões acumulados no ano, ou seja, mais uma vez o agro evitou um desastre maior na economia brasileira.
 
Neste julho, os 10 campeões no aumento das exportações em relação a 2013 foram respectivamente: café verde (aumentou US$ 227,2 milhões em relação a julho de 2013), carne bovina in natura (US$ 107,6 mi), soja em grãos (US$ 91,2 mi), carne de frango in natura (US$ 69,9 mi), açúcar de cana em bruto (US$ 41,2 mi), couros/peles bovinos preparados (US$ 30,8 mi), carne de frango industrializada (US$ 24,1 mi), leite em pó (US$ 19,2 mi), outros couros/peles bovinos curtidos (US$ 18,8 mi) e celulose (US$ 18,6 mi). Estes 10 juntos foram responsáveis por um aumento de aproximadamente US$ 649 milhões nas exportações do agro de julho.
 
A variação dos preços médios (US$/tonelada) foram as seguintes: café verde (23,0%), outros couros/peles bovinos curtidos (21,6%), couros/peles bovinos preparados (13,0%), carne bovina in natura (10,1%), carne de frango industrializada (6,2%), leite em pó (4,3%), carne de frango in natura (3,1%), soja em grãos (-3,6%), açúcar de cana em bruto (-4,1%) e celulose (-12,0%).

 
Nos mercados de destino dos produtos do agro brasileiro, os 10  países que mais cresceram em importações foram: Rússia (US$ 179,1 milhões a mais que em julho de 2013), Alemanha (US$ 178,7 mi), Índia (US$ 149,9 mi), Egito (US$ 96,1 mi), Vietnã (US$ 87,7 mi), Venezuela (US$ 70,2 mi), Japão (US$ 63,2 mi), Taiwan (US$ 55,6 mi), Líbano (US$ 27,9 mi) e Paquistão (US$ 25,3 mi). Juntos, estes dez países que mais cresceram, foram responsáveis pelo aumento de US$ 933,7 milhões.
 
Mantemos um cenário otimista, mesmo com as perdas advindas da seca que impactou as regiões produtoras neste verão e com uma anunciada grande safra nos EUA, pois existem chances da China aumentar as compras, temos grãos armazenados, a safra de cana de açúcar já começou, temos um dólar que parece voltar ao patamar dos R$ 2,30 e existe a grande possibilidade de aumento das importações da Rússia devido as sanções econômicas impostas à eles pelos Estados Unidos e União Europeia.  Talvez com o efeito da Rússia, passemos pela primeira vez dos US$ 100 bilhões em exportações neste ano.
 
Marcos Fava Neves - é professor titular de planejamento estratégico e cadeias alimentares da FEA-RP/USP. Autor de 45 livros publicados em oito países. Foi professor visitante da Purdue University (Indiana, EUA) em 2013.
 
Rafael Bordonal Kalaki - é Engenheiro Agrônomo e Mestre em Administração na FEA/USP, pesquisador Markestrat.

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