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O corpo humano não absorve material genético

Estudo aprofundou possibilidade de absorção no corpo humana e não encontrou nada


Um estudo do Instituto Nacional de Alimentos da Universidade Técnica da Dinamarca (DTU) não encontrou provas de que o material genético dos alimentos que comemos se absorve no corpo humano através do intestino até a corrente sanguínea onde poderia ter a capacidade de mudar as funções do corpo.

O estudo foi realizado em cooperação com pesquisadores de Estocolmo, Barcelona, Universidade de Copenhague e hospitais da capital da Dinamarca. Se tentou validar a conclusão de vários estudos  controvertidos que nos últimos anos apresentaram a hipótese de que o material genético dos alimentos pode ser absorvido pela pessoa que come os alimentos.

Como um estudo recente encontrou pequenos ácidos ribonucleicos (ARN) reguladores do arroz no sangue dos seres humanos e posteriormente demonstrou que estes podem afetar o metabolismo do colesterol do corpo. Outro estudo encontrou que o microARN no leite materno podem afetar o sistema imunológico dos recém-nascidos.

O novo estudo do Instituto Nacional de Alimentos e seus associados se compõe de duas partes: na primeira parte os investigadores analisaram os dados do sequenciamento de microRNA disponíveis de 824 mostras de sangue e tecido humano para ver se contém material genético que poderia derivar-se dos alimentos.  

A análise mostra que os microARNs de outros organismos que os seres humanos só estão presentes em 17% das amostras de tecido e em 69% das amostras de sangue, mas em quantidades insignificantes (0,001%) em comparação com a qualidade total de microARNs presente nas amostras. Por outro lado, a grande maioria dos microARNs forâneos identificados provêm de organismos em que os seres humanos raramente comem, mas que em geral se utilizam em experimentos de laboratório e provas em animais, como ratos e insetos.

Na segunda parte, os pesquisadores estudaram amostras de sangue de animais que tem sido alimentados com certos tipos de ração animal para ver se as mostras contém o microARN desse alimento em particular. Os pesquisadores têm sido incapazes de encontrar provas de que o microARN da alimentação havia entrado na corrente sanguínea dos animais.

“O estudo mostra que o material genético de nossos alimentos não se absorve em nossos corpos. Se fosse possível influir nas funções do corpo através de microARNs dos alimentos que comemos, potencialmente faria possível desenvolver produtos farmacêuticos de ARN baseados em tabletas que contenham microARN”, disse Claus Heiner Bang-Berthelsen do Instituto Nacional de Alimentos.

Tanto a análise como os resultados do estudo em animais indicam que quando um microARN estranho se encontra em amostra que foram separadas do sangue humano é mais provável por que os ensaios foram contaminados com material animal ou vegetal que esteve presente no laboratório.

O material examinado no estudo foi copiado muitas vezes para proporcionar suficiente material para o sequenciamento, o que permite ler o código genético. Quanto menos material tenha ao princípio mais vezes se devem copiar as mostras, o que aumenta o risco de contaminação e, como tal, inclusive a menor contaminação fará uma grande diferença.

A conclusão alcançada pelo Instituto Nacional de Alimentos e seus associados está respalda por outros estudos que não puderam repetir os resultados de pesquisas que comprovaram que microARNs de alimentos entram na corrente sanguínea.

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