Em seu relatório semanal sobre o setor de proteínas animais, o Itaú BBA destacou os frigoríficos da semana, mantendo uma visão positiva para a JBS (JBSS3) e recomendando compra com preço-alvo de R$ 39. Para BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3), a recomendação é neutra, com preços-alvo de R$ 19 e R$ 14, respectivamente.
Os spreads de carne bovina nos Estados Unidos contraíram 1,5% no segundo trimestre de 2024. Este terceiro trimestre será um período chave a ser monitorado, pois o ciclo de queda da carne bovina nos EUA superou a sazonalidade da temporada de grelhados no segundo trimestre. Isso resultou no estreitamento dos spreads, enquanto os preços do gado aumentaram 4,5%. Este cenário pode reduzir as margens em toda a indústria, representando um desafio para a Marfrig.
Para a BRF, as expectativas para o ano fiscal de 2024 são mais otimistas. Esse otimismo é impulsionado pelo aumento da colocação de pintinhos de corte no Brasil, que atingiu 608,3 milhões de cabeças em maio, segundo dados da Apinco. No entanto, a produção de frangos ainda não reflete essa tendência crescente, o que adiciona um grau de incerteza sobre o desempenho futuro da empresa.
A JBS, por outro lado, destacou-se pelo forte desempenho no negócio de frango tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Os spreads de frango na indústria dos EUA aumentaram sólidos 30% no segundo trimestre de 2024, evidenciando a robustez do segmento. Esse desempenho positivo reforça a visão otimista do Itaú BBA sobre a empresa.
O relatório do Itaú BBA sugere um cenário misto para o setor de proteínas animais. Enquanto a JBS se beneficia de um desempenho robusto no segmento de frangos, BRF e Marfrig enfrentam desafios específicos e incertezas. A evolução dos spreads e preços no mercado americano será crucial para determinar o desempenho futuro dessas empresas, especialmente no contexto de um ambiente econômico volátil e de mudanças nas dinâmicas de oferta e demanda globais.