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O que esperar do mercado do trigo?

Trigo & Farinhas aponta “luta entre fatores positivos e negativos”


“O mercado de trigo ao redor do Mundo está mudando um pouco de feição, neste momento. Alguns fatores voltaram a preocupar, permitindo uma pequena elevação nas cotações de Chicago, referência do mercado mundial”. A análise é da Consultoria Trigo & Farinhas, segundo a qual há uma “luta entre os fatores positivos e negativos”.

Entre os fatores positivos, são elencados:

1. Geadas sobre as plantações da Austrália, que poderão afetar o volume e a qualidade da safra 2017/18, que já é menor do que a do ano passado (23,5 MT da safra 2017/18, contra 33,5MT da safra anterior), segundo o USDA. A ocorrência de geadas poderia piorar ainda mais as disponibilidades na região;

2. Segundo relatório da Informa Economics, a safra de trigo dos EUA em 2017/18 deverá ser de 1,66 bilhão de bushels (45,17 milhões de tons), contra 1,739 bilhões de bushels (47,32MT) divulgado pelo USDA para esta temporada e contra 62,89MT da safra passada;

3. Possíveis problemas logísticos para o escoamento da (grande) safra da Rússia desta temporada, não apenas com o congelamento das ferrovias e rios, mas com a maior lentidão para o deslocamento normal para os portos;

4. As safras do Mercosul não estão definidas e a perspectiva é de redução de volume e de qualidade, reduzindo as disponibilidades da Argentina e aumentando a necessidade de importação do Brasil.

Já como fatores negativos aparecem:

1. Aumento brutal da safra da Rússia, que passou de 72,33 milhões de toneladas produzidas no ano passado para 81,5 MT produzidas nesta temporada, segundo o USDA;

2. Este aumento já está obrigando os russos a praticarem preços baixos para poderem escoar todo o seu excedente no mercado internacional. Enquanto o inverno não chega, porém, os preços russos ainda tem chance de subir levemente, porque, mesmo assim, ainda continuam competitivos no mercado internacional. Esta semana os preços FOB junto aos portos russos se elevaram cerca de 3,85% para US$ 183-184/t (contra US$ 228/t FOB do trigo americano, por exemplo), apesar de os preços internos no país terem caído 175 rublos para 8.325 rublos para o trigo de terceira classe e 225 rublos para 7.350 rublos para o trigo de quarta classe, não incluindo despesas de entrega, de acordo com a consultoria SovEcon;

3. Estes preços baixos do trigo russo obrigam a Argentina a se adaptar e a reduzir também os seus preços de exportação. Os preços do trigo argentino já caíram 6,3% desde 01 de agosto até o momento, passando de US$ 190 para US$ 178/t (vendedores), com compradores oferecendo US$ 165/t. Este preço chegaria aos moinhos brasileiros ao redor de R$ 630 no RS e no PR, pressionando, por sua vez, os preços locais.

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