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O que está fazendo o preço do milho subir?

Visão do analista da T&F Consultoria, Luiz Pacheco



“Especulações altistas estão fazendo os preços do milho subirem na B3, sem afetar, ainda o mercado físico na maioria dos estados produtores e consumidores, onde as cotações se mantiveram inalteradas, nesta terça-feira. Mas, o bochicho está sendo grande na Bolsa”. A afirmação é do analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Fernando Pacheco. 

Alguns vendedores do mercado paulista, que aceitavam comercializar a R$ 38,50/sc na última sexta-feira (20.04) e nesta segunda-feira (23.04), saíram do mercado na terça e elevaram suas pedidas novamente para R$ 40,00/sc. “Os vendedores fizeram um bom caixa nos últimos dias e, agora, observam o mercado à espera de referências mais remuneradoras. Mas, não em todas as regiões”, diz Pacheco.

De acordo com o especialista, são três os fatores que estão alimentando esta especulação (e as altas na B3): 
    1. As altas da taxa de câmbio, acima de R$ 3,45/US$, dá sustentação aos exportadores, que poderão voltar ao mercado e enxugar a disponibilidade hoje existente;
    2. Alta do câmbio, os problemas entre EUA e Irã podem fazer aumentar as importações de milho brasileiro deste país, o que também aumenta a demanda interna para a exportação;
    3. Modelos climáticos indicam um período de estiagem nas regiões Sul e Sudeste até o início de maio, o que pode prejudicar plantio da safrinha. As indicações de baixa temperatura e possíveis geadas nos próximos dias reforçam o alerta para as culturas em desenvolvimento. Diante do movimento de recuo, parte dos compradores que conseguiu adquirir milho nas últimas semanas sai do mercado e, assim, os negócios ficam restritos às compras da mão para boca. 

“Os compradores estão apoiados no aumento da oferta, com o final das colheitas regionais, que ainda podem garantir algum fluxo. Informantes internos relatam que os trabalhos chegam aos 90% do total da área plantada.  Intermediários estão de olho no estresse entre as pontas compradora e vendedora e, principalmente, nos avanços do vencimento de maio da B3, que voltou a operar acima dos R$ 39,00/sc e também acima do Indicador Cepea (R$ 38,40/sc) nesta terça-feira (24) e o fato motiva uma troca da fixação/venda do físico para o futuro”, conclui Pacheco. 

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