CI

Ocesc promove 9º Encontro Estadual de Mulheres Cooperativistas

Evento em Balneário Camboriú contará com 700 participantes


Evento em Balneário Camboriú (SC) contará com 700 participantes

A Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc) promoverá nesta quinta e sexta-feira (4 e 5) o 9º Encontro Estadual de Mulheres Cooperativistas, no centro de convenções do Sibara Flat Hotel, em Balneário Camboriú. O encontro reunirá 700 mulheres ligadas a todos os ramos do cooperativismo catarinense para a discussão de temas da atualidade e terá patrocínio do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/SC).

O sistema Ocesc representa 12% do PIB estadual e é formado por 254 cooperativas dos ramos agropecuário, consumo, crédito, educação, especial, habitação, infraestrutura, mineração, produção, saúde, trabalho e transporte. No conjunto, reúnem 1 milhão de cooperados (associados), o que permite concluir que – considerados os familiares – metade da população de Santa Catarina está diretamente vinculada ao cooperativismo. Para a consecução de suas atividades, as sociedades cooperativas empregam diretamente 32.000 pessoas.
Nesse contexto cresce, a cada ano, a participação da mulher, tanto no quadro social quanto nos quadros de comando das cooperativas: 30% dos associados das cooperativas são mulheres.

O presidente da Ocesc, Marcos Antônio Zordan, explica as mudanças que as mulheres estão provocando no cooperativismo catarinense.

As cooperativas estão, realmente, tornando-se espaço de atuação e realização social e profissional das mulheres?

MARCOS ANTÔNIO ZORDAN - As cooperativas são organizações dinâmicas que interagem homens e mulheres das mais variadas profissões e setores da economia. Embora seja um ambiente majoritariamente masculino, 29,86% dos mais de 1 milhão de cooperados catarinenses são mulheres. As mulheres estão conquistando espaço, voz, voto e cargos de comando.

Essa participação também se expressa na efetiva ocupação de cargos de direção?

ZORDAN – A mulher ocupa cargos de comando, de chefia, de coordenação e de assessoramento. Em Santa Catarina e no Brasil as mulheres estão presidindo cooperativas e conduzindo-as ao caminho do desenvolvimento com a tranquilidade de quem sabe que o sucesso advém da perseverança, da competência, do trabalho, da capacidade de aprender e da habilidade de adaptar-se às mudanças. Dirigentes e cooperados querem a permanente participação da mulher nas assembléias, nos comitês, nos grupos de estudo, nos cursos e treinamentos e nos quadros diretivos. Isso é um resultado das mudanças do papel social e econômico da mulher que ganha cada vez mais expressão no Brasil contemporâneo, sendo inexorável que ela assuma atividades cada vez mais relevantes e ocupe cargos de maior complexidade. Isso foi possível porque os cooperativistas valorizaram o papel da mulher e criaram novas formas de participação, elevando a qualidade do relacionamento entre os quadros diretivos e a base cooperativada.

As mulheres transformam a conquista de espaço nas organizações cooperativistas em maior qualidade da vida social para as mulheres?

ZORDAN – Comprova-se que a mulher agregou qualidade e dinamismo às instituições as quais passou a participar. As atividades desenvolvidas nas assembléias, cursos, treinamentos, dias de campo, comitês educativos e grupos de trabalho tornaram-se mais dinâmicas, mais produtivas, mais conseqüentes.

A mulher é “mais cooperativista” que o homem?

ZORDAN – Acredito que a mulher compreende melhor a doutrina cooperativista, é mais proativa e mais engajada. É mais detalhista, metódica e leal aos princípios do cooperativismo, demonstra competência nos cargos que exerce, não falta às reuniões e estimula, por via de conseqüência, a participação do homem. Sua presença contribuiu para harmonizar as diferenças, atenuar as tensões, fortalecer os pontos de convergência e realçar os interesses comuns. A mulher está construindo gradativamente este engajamento, através de um processo de busca, participação e também por oportunidades criadas em muitas cooperativas do Estado, respaldado pela organização estadual, a Ocesc.

Como trata da questão da inclusão da mulher o ramo agropecuário, o mais poderoso e mais conservador do cooperativismo de Santa Catarina?

ZORDAN – Demorou um pouco, mas a evolução dos costumes também chegou ao campo. Essa inovação tem uma importância e um significado mais forte do que àquele protagonizado pela mulher urbana. As mudanças no meio rural são mais lentas e os papéis sociais exercidos pelo homem e pela mulher, definidos por costumes seculares, mais rígidos. Para vencer a inércia e o preconceito de uma estrutura patriarcal, a mulher rural superou obstáculos maiores que a urbana.

As cooperativas agropecuárias estão priorizando programas de inclusão da mulher?

ZORDAN – No ramo agropecuário apenas 6,10% dos associados são mulheres, enquanto que elas são maioria nas cooperativas de saúde (64,37%), de produção (58,96%), habitacional (47,95%) e consumo (43,88%). Apesar disso, o ramo agropecuário tem sido propulsor de crescimento e desenvolvimento e tem uma característica fundamental quando se fala em participação: o vínculo é com a família. A família vive o cooperativismo agropecuário com muito mais intensidade do que qualquer outro segmento e isto contribui muito para esta aproximação com a mulher, com o jovem e com a criança e para a inserção deste público na liderança das cooperativas.
 
Essas transformações nas cooperativas repercutem nos lares das famílias rurais?

ZORDAN –Essa situação se reflete na própria vida familiar, seja na condução da casa, na educação dos filhos e na decisão sobre investimentos. A mulher ainda não desfruta de um status de plena igualdade com o homem nas zonas rurais, mas é inequívoco que hoje, graças em grande parte ao cooperativismo, ela é mais valorizada, reconhecida e respeitada. Tanto é verdade, que as cooperativas e os órgãos de extensão e desenvolvimento rural criaram programas especificamente dirigidos às mulheres rurais.

Qual é a importância do papel do Encontro estadual de mulheres cooperativistas?

ZORDAN – Expor a importância da participação da mulher em todas as sociedades cooperativistas, o que representa a efetiva e definitiva integração da mulher ao sistema. Esse evento melhora o comprometimento e a preocupação da mulher com o cooperativismo à medida que, a partir deste trabalho, assumiu o compromisso de estar mais presente e buscar novos caminhos em suas cooperativas.

As informações são da assessoria de imprensa da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc).

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.