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Oeste paulista prepara terreno para crescimento da produção de cana

Transporte terá mudanças, trocando estradas por hidrovias


A quebra de safra e outras perdas no setor sucroalcooleiro afetaram, em 2011, o oeste paulista, que colhe anualmente cerca de 180 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e produz cerca de 2,5 bilhões de litros de etanol. A região sofreu porque é segunda maior produtora de álcool do Brasil, e a produção do biocombustível foi prejudicada nas últimas safras. Contudo, não faltam motivos para o produtor regional ter boas expectativas quanto a investimentos no setor.


Em linhas gerais, haverá uma mudança do tipo de transporte que leva o etanol do oeste paulista para outras regiões - as rodovias serão gradualmente trocadas pela Hidrovia Tietê-Paraná -; o percurso hidroviário barateará o custo logístico e facilitará o escoamento para as principais regiões distribuidoras de São Paulo; e algumas cidades paulistas, como Araçatuba, Anhembi e Presidente Epitácio, receberão novas centrais de armazenagem.

Por ora, o transporte do etanol e do açúcar produzidos na região é feito por rodovias, modal considerado um "contrassenso" pelo presidente da União dos Produtores de Bioenergia do Oeste Paulista (Udop), Celso Junqueira. Até 2016, contudo, a hidrovia do Rio Tietê deve se tornar o principal meio de transporte do álcool.

"A expectativa é de que a operação comece em 2013, reduzindo o custo de transporte em R$ 20 por tonelada. Isso, para nós, já é bastante razoável, mas o ideal seria ampliar o projeto para o transporte de açúcar, que, por ser mais volumoso, custa 50% mais", disse o representante.

O consórcio Lógum, formado por grandes empreiteiras (Odebrecht, Camargo Corrêa) e a Transpetro, dispõe de R$ 432,3 milhões para a construção, já em andamento, do Estaleiro Rio Tietê, em Araçatuba. Nesse estaleiro deverá ser montado, até 2016, o primeiro lote de embarcações destinadas ao transporte do biocombustível do oeste paulista.


Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico de Araçatuba, Carlos Faria, a obra prevê aumento da própria capacidade física no futuro. "O primeiro lote não vai atender a toda a demanda. É prevista uma ampliação da produção, por isso também já há previsão de construção de mais lotes."

Para Junqueira, da Udop, "tudo aquilo que for feito em investimentos para o transporte do etanol é bem-vindo, mas o estaleiro não resolverá o problema do setor, apenas uma parte: em etanol". Em açúcar, que deve continuar a ser transportado por caminhão, "o volume da carga continuará a onerar o produto".

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