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Ofensiva brasileira para vender carne


O ministro da Agricultura anunciou seus planos para operação de marketing no exterior. O governo brasileiro e o setor privado desencadearão nos próximos dias uma ofensiva de marketing em novos mercados mundiais. O objetivo será buscar as oportunidades de negócios que se criaram para a carne bovina brasileira desde a confirmação de um caso da doença da vaca louca (encefalopatia espongiforme bovina) nos Estados Unidos. O anúncio foi feito ontem pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, após presidir, em Brasília, a primeira reunião do ano da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Carne Bovina.

Para Rodrigues, Japão, Coréia e Taiwan despontam como "potenciais novos mercados" para o produto brasileiro. Esses três países figuram entre os principais compradores da carne norte-americana, mas que suspenderam as compras depois da confirmação da doença da vaca louca numa fazenda na província de Washington. Apesar de toda essa ofensiva, Rodrigues acredita que, no curto prazo, os ganhos serão pontuais. Ele lembrou inclusive o caso do Egito, grande importador de fígado bovino dos EUA, mas onde o produto similar brasileiro enfrenta barreiras sanitárias.

Rodrigues informou ainda que o Brasil também pretende intensificar as negociações com o governo russo para revisão das cotas fixadas para importação de carne suína e de frango. Ainda este mês, uma missão brasileira desembarca na Rússia para tentar ampliar a cota estabelecida. Segundo o ministro, uma eventual queda no consumo de carne bovina também pode beneficiar as cadeias produtivas de carnes de frango e suína. Rodrigues acrescentou que redução no consumo de proteína animal deverá aumentar a demanda de ração de proteína vegetal, com destaque para soja e milho.

A ofensiva em novos mercados inclui a criação, no âmbito da Câmara Setorial, de três grupos de trabalhos para tratar especificamente das questões emergenciais que envolvem o assunto. O primeiro vai preparar um conjunto de recomendações técnicas para prevenção da doença da vaca louca. Outro grupo de trabalho será encarregado de elaborar um plano de ação de marketing para divulgar aos mercados consumidores as vantagens competitivas da carne brasileira, com animais criados no pasto.

O terceiro grupo cuidará do planejamento estratégico para a defesa sanitária, discutindo, inclusive, a necessidade de mais recursos. O ministro Roberto Rodrigues informou que já está negociando um aporte adicional de R$ 60 milhões para a defesa sanitária em 2004, além dos R$ 68 milhões já definidos no orçamento. O diretor-executivo da Associação Brasileira dos Exportadores de Carne (Abiec), Antonio Camardelli, disse que não teme falta recursos para a defesa sanitária do rebanho brasileiro. E mostrou moderado otimismo. "Onde ocorreram problemas sanitários, a carne brasileira ganhou participação nesse mercado", afirmou.

Até a próxima quinta-feira, Rodrigues receberá um relatório com as propostas da Câmara Setorial. Com o resultado dos trabalhos, o governo vai definir quais ações de mercado e de defesa sanitária serão desenvolvidas para a conquista de novos mercados compradores do produto brasileiro. Na sua avaliação, há possibilidade de crescimento de até 15% nas exportações de carne bovina este ano.

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