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Oficina avalia impactos e desempenho socioambiental de ILPF

Minas Gerais está entre os principais estados que movimentam recursos do Pronaf


As agências do Banco do Brasil em Minas Gerais vão suspender norma interna que exige dos agricultores familiares a homologação da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), com menos de um ano de vigência, no Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS). A medida, segundo organizações do segmento, aumentava a burocracia para a concessão de crédito, sobretudo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Minas Gerais está entre os principais estados que movimentam recursos do Pronaf. Nos últimos anos, o volume de financiamentos foi de cerca de R$ 2,6 bilhões.

“Informamos que suspenderemos a medida referente ao processo de apreciação das DAP emitidas para iniciantes, a ser divulgada oportunamente em nossas instruções normativas”, informou ofício da Superintendência de Negócios Varejo do Banco do Brasil.

A carta atende a solicitação do secretário de Estado de Desenvolvimento Agrário, Professor Neivaldo, que também preside o Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável de Minas Gerais (Cedraf-MG), autor da proposta de imediata suspensão da norma interna do BB. A Emater-MG é uma das integrantes do Cedraf-MG. “O Plenário do Cedraf-MG deliberou contrário a esta exigência do Banco do Brasil, uma vez que isso só aumenta a burocracia para que a agricultura familiar acesse as políticas públicas duramente conquistadas a partir da criação do Pronaf, em 1995”, afirmou o secretário em ofício enviado ao presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli.

Para o Conselho, “as normativas estabelecidas no manual do Crédito Rural e aqueles do MDA, hoje Secretaria Especial de Agricultura Familiar, e do Desenvolvimento Agrário do Ministério da Casa Civil, são suficientes para a boa execução das políticas públicas para a agricultura familiar”. “O Cedraf-MG defende a transparência na execução das políticas públicas. Inclusive, os CMDRS já têm a prerrogativa de fazer o controle social das DAPs emitidas no muniUma oficina realizada durante a semana na Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT) iniciou um processo de avaliação dos impactos e desempenho socioambiental da adoção da integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) em uma propriedade rural de Mato Grosso.

O trabalho visa utilizar a metodologia do Ambitec-Agro, desenvolvida pela Embrapa Meio Ambiente, para fazer uma avaliação dos impactos ambientais da adoção da tecnologia na fazenda Gamada, localizada em Nova Canaã do Norte.  Posteriormente a ferramenta será utilizada em outras propriedades.

A Fazenda Gamada é uma das Unidades de Referência Tecnológica de ILPF acompanhadas pela Embrapa em Mato Grosso. Desde 2009 foi instalado na propriedade um projeto que integra cultivo de grãos, pecuária de corte e silvicultura de espécies exóticas, como eucalipto e teca, e nativas, como pinho-cuiabano e pau-de-balsa.

Antes da visita à fazenda, onde foi seria feita uma entrevista com o proprietário, Mário Wolf Filho, oficina contou com uma parte introdutória com a participação de pesquisadores e analistas da Embrapa e de parceiros de instituições como Unemat, UFMT, Imea e Rede de Fomento ILPF. Nesta etapa foi apresentado o cenário da adoção e da transferência de tecnologia sobre ILPF em Mato Grosso, bem como as configurações de integração utilizadas na Fazenda Gamada e seus resultados econômicos.

Na sequência, o pesquisador Geraldo Stachetti Rodrigues fez uma contextualização sobre as metodologias de avaliação dos impactos e desempenho socioambientais e apresentou a ferramenta Ambitec-Agro, que permite uma avaliação de maneira mais ágil e simplificada. Ele destaca duas vantagens do Ambitec-Agro.

"A primeira é a flexibilidade, que permite que a gente consiga abordar qualquer contexto de tempo de adoção da tecnologia, de nível de adoção ou ainda de perfil de produtor.

A segunda é a existência de um banco de dados bastante amplo das avaliações de tecnologias que têm sido realizadas pela Embrapa em todo o Brasil ao longo de 14 anos", destaca.

Em uma visita à fazenda Gamada, os participantes da oficina puderam conhecer a área com ILPF e acompanharam a entrevista com o produtor, conduzida por Geraldo Rodrigues. As informações coletadas, somadas às informações técnicas, sociais e econômicas alimentaram uma planilha programada para gerar indicadores em sete aspectos: eficiência tecnológica, qualidade ambiental, responsabilidade com o consumidor, emprego/ocupação, renda, saúde e gestão. O resultado é um índice geral de impacto da tecnologia, variando de -15 a 15, que é calculado a partir dos índices específicos de cada categoria.

Geraldo Stachetti explica que o objetivo da avaliação não é o de comparar uma fazenda com outra, pois cada uma tem suas particularidades. Mas sim identificar o impacto da adoção da tecnologia na propriedade e mostrar ao produtor onde ele está em cada ponto avaliado, dando subsídios para que possa melhorar em quesitos com índices menores.

Dentro de alguns dias, o produtor receberá um relatório com o resultado final e o resumo da avaliação. "A gente espera que a resposta para o produtor seja válida e coerente dentro da realidade dele e que a interpretação dos indicadores possa servir para ele como instrumento de tomada de decisão para melhorar aqueles que apresentem alguma deficiência ou conflito de desenvolvimento com a situação local. E que ele possa seguir essas recomendações e melhorar sempre o seu desempenho", afirma Geraldo.

ILPF

A Fazenda Gamada foi a sexta fazenda com sistema ILPF avaliada com a metodologia do Ambitec-Agro. Em um primeiro momento, o objetivo era o de avaliar sete fazendas em diferentes regiões brasileiras.

De acordo com o coordenador da oficina, pesquisador Flávio Wruck, a partir de agora a proposta será ampliar as avaliações, abrangendo propriedades com integração lavoura-pecuária-floresta em Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal. Para isso, os próprios participantes deverão ser os responsáveis por aplicar a avaliação. 

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