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OIC prevê déficit de 7 milhões de sacas de café


Vai faltar café no mundo. O que era apenas uma estimativa foi confirmada pela Organização Internacional do Café (OIC) e a perspectiva é de um déficit de 7 milhões de sacas para a safra 2005/06. A entidade prevê que a produção mundial para o período será de 107 milhões de sacas, para uma demanda global da ordem de 114 milhões de sacas de café.

O déficit mundial está baseado na redução da oferta de café por parte dos produtores, que será 6,2% menor do que no período anterior. Na safra 2004/05, a produção global foi de 114,10 milhões de sacas, para um consumo de 113,7 milhões de sacas. "Essa safra pode ser ainda menor. Isso porque, é provável que a produção de países da África não esteja tão precisa", diz Eduardo Carvalhaes, diretor do Escritório Carvalhaes.

Queda no Brasil:

O destaque da redução, de acordo com o relatório divulgado pela OIC, é o Brasil, que deverá colher entre 30,7 milhões e 33 milhões de sacas na safra 2005/06. "O relatório, de uma forma geral, acompanha as nossas previsões. A safra brasileira será menor, o que irá reduzir a oferta mundial e com isso os preços internacionais tendem a continuar subindo", afirma Guilherme Braga, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

E, de fato, os preços estão subindo, principalmente as cotações do café arábica. O índice de preços medido pela OIC fechou o mês de janeiro a 79,35 centavos de dólar por libra-peso. O valor é apenas 2,10% superior ao registrado em dezembro do ano passado, porém, 35,2% maior do que a cotação de janeiro de 2004, quando o índice da entidade foi de 58,69 centavos de dólar por libra-peso.

Ao que tudo indica, as cotações do café no mercado internacional devem manter a trajetória de alta. Na Coffee, Sugar and Cocoa Exchange (CSCE), de Nova York, os contratos com vencimento em março foram cotados na última sexta-feira a 113,45 centavos de dólar por libra-peso. Já as entregas para maio e julho foram negociadas a 116,20 centavos e 118,25 centavos de dólar por libra-peso, respectivamente. As cotações caracterizam que, mesmo para os contratos mais longos, a tendência continua sendo de alta.

O relatório da OIC mostra ainda que as exportações mundiais de café no ano passado foram de 89,31 milhões de sacas, volume 4,14% superior às 85,76 milhões de sacas registradas no ano anterior. As exportações dos cafés naturais brasileiros passaram de 23,75 milhões de sacas em 2003 para 26,61 milhões, apresentando crescimento de 12%. Já os suaves colombianos e suaves de outras origens registraram retração de 3,49% e 0,45%, respectivamente, nas exportações de 2004. Os embarques dos colombianos recuaram de 11,77 milhões para 11,36 milhões de sacas, enquanto os suaves e outras origens caíram de 20,92 milhões para 20,83 milhões de sacas.

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