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OIC promove café na Rússia e China


A Organização Internacional do Café (OIC) está montando ofensiva comercial na Rússia e China para promover o consumo de café. "As possibilidades são extraordinárias e o potencial enorme", diz o secretário-executivo da OIC, Nestor Osório, que acaba de visitar a Rússia, onde, diz ele, o consumo de café cresce 10% ao ano.

A proposta da OIC, entidade que reúne 65 países, dos quais 45 deles produtores de café, é desenvolver campanha conjunta entre países produtores e indústrias de torrefação para o aumento de consumo em mercados emergentes. O exemplo de que a ampliação da demanda é viável vem do próprio Brasil, que em só seis anos elevou o consumo interno de oito milhões de sacas/ano para atuais 14 milhões de sacas.

Na China, os alvos centrais da campanha da OIC serão as cidades de Xangai e Pequim, diz Osório, informando que as estratégias de ataque serão detalhadas em maio, na próxima em reunião da OIC, em Londres. Para a implemenrtação do programa de promoção do consumo de café no mundo deverá ser constituído um fundo de financiamento, alimentado com parcela de receitas advindas das vendas internacionais.

Osário diz contudo que a base do programa promocional será a melhoria da qualidade dos cafés. Para isso, a OIC conta este ano com US$ 30 milhões do Fundo Comum de Produtos Básicos das Nações Unidas (ONU), destinado a desenvolvimento de projetos em países produtores de combate a pragas na lavoura, e técnicas de manejo etc.

Na mobilização em favor do aumento do consumo mundial de café, hoje em torno de 110 milhões de sacas/ano (sendo 85 milhões de sacas consumidas em países importadores), o setor pretende também sensibilizar a comunidade médica internacional, mostrando efeitos positivos do café na saúde humana, inclusive das crianças.

"Estudos científicos mostram que o café é bom à saúde, ativa a memória, a circulação e funciona como anti-depressivo", diz Osório, referindo-se a estudos da universidade norte-americana de Vanderbilt, que revelam o café como antídoto contra drogas e alcoolismo.

Primeiro secretário-executivo da OIC não brasileiro nos últimos 40 anos, o colombiano Osório está empenhado em fortalecer a entidade. Para isso, quer convencer os EUA, maior importador mundial de café, a retornar à organização. O país deixou a OIC em 1993. Osório está organizando ação política dos países centro-americanos, da Colômbia e do Brasil no sentido de mover gestões para o reingresso dos americanos. Para ele, porém, a Rússia será o próximo membro da OIC.

O consumo per capita no mundo caiu 3,12% em 2000/2002, impondo perda de receitas aos exportadores e agravando a conjuntura de desemprego no campo. Nos anos 80, o ingresso de receitas dos países produtores de café atingia, em média, US$ 10 bilhões/ano; hoje, é de só US$ 5 bilhões. Enquanto isso, o mercado de café cresceu: nos anos 80, era de US$ 30 bilhões e hoje atinge entre US$ 70 bilhões e US$ 80 bilhões.

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