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Óleo de soja sobe 31,85% e puxa alta na cesta básica baiana

Custo dos produtos básicos de alimentação subiu 2,15% em março e passou a ser de R$171,37 em Salvador


O custo da cesta básica na capital baiana subiu 2,15% em março, passando a R$171,37, contra os R$167,77 registrados no mês anterior. De acordo com dados divulgados nessa quinta-feira (03-04) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), essa elevação foi motivada pela alta de preços em nove dos 12 produtos que compõem o kit. Depois de apresentar queda de preço em fevereiro, o vilão da majoração foi o óleo de soja, que apresentou a maior alta do período, com incremento de 31,85% em relação a fevereiro. No acumulado dos últimos 12 meses, o custo dos alimentos básicos – definidos pelo Decreto-lei 399 de 30 de abril de 1938 – sofreu alta de 14,57% em Salvador.

A supervisora técnica do Dieese, Ana Georgina Dias, informa que o alto reajuste do óleo de soja está atrelado ao aumento no custo da matéria-prima, a soja, que está com forte demanda no mercado internacional. “Houve um problema com a última safra americana, e os Estados Unidos são os maiores produtores de soja do mundo. Com isso, os produtores brasileiros de soja, por conta da supervalorização do produto, estão preferindo vender para o mercado internacional, reduzindo assim a oferta local. E quanto menor a oferta, maior o preço”, esclarece ela. Segundo Dias, o surgimento de um novo mercado para esse tipo de óleo, a partir da expansão dos biocombustíveis, também tem contribuído para essa disparada nos preços.

Em alta desde dezembro passado, o açúcar foi o segundo produto que apresentou a maior variação de preço em março, um incremento de 24,8%. Logo em seguida veio a farinha de mandioca (8,45%), a manteiga (6,56%), o pão (2,66%), a banana (2,28%), o feijão (2,11%), o arroz (0,50%) e, por fim, a carne (0,21%). “A explicação para a elevação do preço do açúcar é basicamente a mesma da soja, uma vez que as cotações deste produto continuam fechando em alta nas bolsas internacionais”, afirma a supervisora técnica, complementando que, com o aumento da frota de carros flex, os usineiros estão optando por produzir álcool a açúcar.

Enquanto a previsão é de queda no preço do açúcar nos próximos meses, pois o excesso de oferta do Brasil e da Índia deve elevar os estoques mundiais em níveis recordes, a expectativa para o preço do óleo de soja, segundo Dias, ainda não é positiva. “Como se trata de um problema de safra, não temos uma expectativa imediata de mudança. O preço pode subir, mas não na mesma intensidade que em março, quanto pode cair. A tendência é que nos próximos meses os produtores de soja no Brasil, que tenham um bom volume em estoque, comecem a colocar o produto no mercado nacional. Desta forma, com o aumento da oferta, o preço tende a cair”, declara Dias.

Os produtos que apresentaram queda no preço foram o café, com redução de 3,44% em relação ao mês de fevereiro; o tomate, com queda de 3,08%; e o leite, com declínio de 1,95%. De acordo com análise do Dieese, no caso do café, os produtores do estado estão otimistas com relação ao crescimento da safra em 2008, à manutenção da alta dos preços internacionais e ao crescimento do mercado mundial. “A expansão de 30% prevista para a produção e a expectativa de que o governo deverá realizar investimentos na renovação das lavouras devem beneficiar também o mercado interno, com preços mais baixos.”

Capitais - O custo dos gêneros alimentícios de primeira necessidade voltou a apresentar, em março, predomínio de alta em quase todo o país. Das 16 capitais pesquisadas mensalmente pelo Dieese, 11 apresentaram elevação no preço da cesta básica. Dentre as que foram registrados aumentos estão o Rio de Janeiro, com alta de 5,32%; Vitória, com elevação de 4,50%; Florianópolis, com avanço de 4,38%; e Belo Horizonte, com 3,42%. As cinco cidades que apresentaram quedas nos preços foram Brasília (-3,79%), Recife (-3,43%), São Paulo (-1,00%), Belém (-0,53%) e João Pessoa (-0,02%). Apesar de não ter tido a maior alta, a cesta básica de São Paulo ainda é a mais cara. Para levar a cesta de alimentos básicos para casa, o trabalhador paulistano teve que desembolsar no mês passado o equivalente a R$223,94.

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