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OMC acelera busca por acordo agrícola em negociações de comércio


Os membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) concordaram nesta sexta-feira (26-03) em trabalhar mais rápido em um acordo para reformar o comércio agrícola, a chave para um acordo mais amplo na redução das barreiras ao comércio mundial.

Encerrando um encontro de cinco dias em Genebra --o primeiro desde que o encontro ministerial da OMC em Cancún, México, fracassou--, os diplomatas dos países-membros disseram esperar chegar a um acordo estrutural sobre produtos agrícolas antes do final do verão (no hemisfério norte).

Eles acrescentaram que houve um consenso sobre o novo prazo para fazer o que os ministros fracassaram em fazer antes --chegar a um acordo estrutural-- porque após essa data os Estados Unidos, os maiores participantes do comércio mundial, estarão distraídos com as eleições presidenciais.

As autoridades de comércio e os diplomatas afirmaram que o encontro foi conciliatório, em forte contraste às relações bastante amargas em Cancún. As profundas diferenças dividiram os países desenvolvidos e em desenvolvimento em Cancún, notavelmente por conta dos subsídios agrícolas dos países ricos, e contribuíram para o fracasso do encontro.

Uma autoridade brasileira que falou pelo grupo de 20 países em desenvolvimento disse na sessão final que "o clima... foi bom. Nós sentimos que há um compromisso real ao objetivo de chegar a um acordo no verão".

Ele acrescentou que foram feitos progressos, "mas temos uma longa estrada adiante".

O comitê de negociações agrícolas da OMC concordou em se reunir todos os meses e fazer contatos informais. Um encontro final está agendado para meados de julho, em que o comitê espera que o acordo seja concluído.

SUBSÍDIOS SÃO UMA QUESTÃO IMPORTANTE

As negociações estão concentradas em três áreas bastante próximas --subsídios à exportação, apoio doméstico e acesso ao mercado. Os diplomatas estão buscando equilibrar as concessões em uma área com ganhos em outras.

A União Européia obteve garantias dos Estados Unidos de que seus créditos à exportação e as políticas de ajuda alimentícia, dois itens que atuam como formas de subsídios, serão incluídos nas negociações.

O grupo de Cairns de exportadores de produtos agrícolas, que incluem a Austrália e a Nova Zelândia, além de muitos países do G20, como o Brasil, sinalizou sua vontade de se comprometer afirmando que o acordo só terá que se empenhar em determinar uma data para o fim dos subsídios, e não especificá-la.

Um acordo estrutural não terá metas precisas ou números para redução dos subsídios e tarifas, mas deixará esses detalhes para serem trabalhados posteriormente.

As negociações, junto com outros componentes da Rodada de Doha de negociações de livre comércio, devem terminar oficialmente no fim do ano, mas os diplomatas consideram improvável. Segundo eles, ainda existe uma grande diferença sobre quantas tarifas de importação devem ser cortadas.

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