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ONU alerta sobre riscos ambientais provocados pelo etanol

Aumento da produção no Brasil eleva ameaça ao meio ambiente


O aumento da produção brasileira de etanol, que será negociada esta semana com os Estados Unidos, pode acarretar riscos ambientais, caso não sejam adotadas as devidas precauções, alertou nessa terça-feira (06-03) um alto funcionário da ONU. Segundo explicou à Efe o diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, “é preciso saber se a expansão em massa da produção de etanol levará em conta os temas ambientais e sociais, como parte das pautas de desenvolvimento”.

O representante do organismo internacional participou nessa terça-feira, em Brasília, da conferência. “Os desafios do desenvolvimento sustentável e as respostas do sistema multilateral”, na sede do Ibama. “O Brasil já deu um passo importante na direção correta, de desenvolver a economia do etanol, o que lhe deu uma ferramenta para conseguir um combustível limpo”, afirmou.

No entanto, segundo Steiner, a produção em grande escala de etanol possui três riscos consideráveis: o custo ecólogico; o risco de degradação ambiental, pelo deslocamento das áreas de produção de biocombustíveis para zonas onde podem afetar a biodiversidade, e a competição com produtos alimentícios. Segundo Steiner, conhecer os riscos da produção de biocombustíveis é positivo. “Se aceitarmos que há riscos, podemos começar a trabalhar para controlá-los. Os biocombustíveis são uma grande oportunidade, mas temos que trabalhar para abordar seus riscos no contexto internacional.”

Brasil, Estados Unidos, África do Sul, União Européia, China e Índia criaram, na última sexta-feira, um fórum internacional na ONU sobre biocombustíveis, cujo objetivo é contribuir para o aumento da eficiência em sua produção, distribuição e uso. Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e Estados Unidos, George W. Bush, cujos países são responsáveis por 70% da produção mundial de etanol, se reunirão amanhã, em São Paulo, para tratar de uma agenda centrada em assuntos energéticos.

Bush – Segundo fontes oficiais, Lula e Bush discutirão o aumento da produção de etanol e o incentivo ao comércio internacional do combustível. Os Estados Unidos devem substituir 20% de suas fontes de combustíveis de origem petroquímica por energias renováveis, como o etanol.

Segundo cálculos oficiais, a produção deste combustível terá que ser triplicada, para atender a esta necessidade. O Brasil espera que após a reunião os Estados Unidos reduzam as altas taxas aplicadas sobre o etanol brasileiro, que prejudica sua competição com o de produção americana, feito à base de milho, e 50% mais caro.

No entanto, fontes americanas citadas pela imprensa local disseram que o governo americano não está disposto, por enquanto, a alterar as taxas.

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