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Opinião: Debate da construção de um novo modelo


por Clever Pirola Ávila*

Concluímos 2011 com desafios superados e uma série de outros para enfrentar. Fomos melhores no momento de ultrapassar quantidades e buscar preços adequados. Sofremos ao extremo com custos elevados de matérias-primas com destaque para o milho e farelo de soja. Fomos atropelados pela valorização da moeda real, o qual nos tirou vantagem competitiva mundial. A velocidade que o mercado nos impõe para evoluir em competitividade e superar a concorrência mundial é enorme. Portanto, em 2012 precisamos pensar diferente e agir em tempo hábil.


As estruturas governamentais em geral (federal, estadual e municipal) não acompanham essa agilidade – não só no Brasil, mas em qualquer país que adote o modelo vigente. Não é por má vontade, mas sim pela imposição de um modelo arcaico e ultrapassado. Precisamos de um acordo supra-partidário de longo prazo – é o único caminho para tentarmos evoluir e acompanhar o mercado.

Estamos passando do momento, e o Brasil começa a ceder e perder oportunidades para países que estão mais alinhados com a iniciativa privada. O Governo não consegue fazer tudo o que é necessário por falta de estrutura e, certamente, por investimentos demandados. É hora de avançarmos com um novo modelo. O modelo do compartilhamento é o mais simples e adequado pela conjuntura atual.

Certamente um modelo misto, no qual o Governo define as estratégias de longo prazo com chancela nas atividades tático-operacionais e operacionalizado por uma entidade de interesse público da sociedade civil – poderia ser uma alternativa. O modelo traria a competência governamental e aliaria a agilidade da iniciativa privada. Isto poderia ser aplicado em todas áreas vitais do País, as quais ganhariam em qualidade e reconhecimento de serviços pela comunidade.


Em razão da falta de um Plano Estratégico de longo prazo, não avançamos nessa linha. O Brasil precisa definir, junto com a sociedade, o que quer ser daqui há pelo menos 50 anos. Já fazem décadas que o País não tem este planejamento. Estamos caminhando pelo “sopro dos ventos” que nos levam a bel prazer por destinos influenciados pelo casuísmo. Vivemos por “soluços de Governo a cada quatro anos” e cada um define um caminho diferenciado – acreditando que é o melhor para o País.

Além de não termos o Plano Master Brasileiro, também não temos os chamados “Planos B” – alternativos para mudanças conjunturais, sejam domésticas ou mesmo mundiais - que certamente acontecem no caminho de qualquer planejamento de longo prazo.

A sociedade demanda essa linha de atuação. Precisamos construir esse novo modelo o mais breve possível. Com a certeza, neste ano, acordaremos para esta realidade e avançaremos com muita atitude.

*Presidente da Associação Catarinense de Avicultura

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