CI

Opinião: Irrigação para engordar o PIB gaúcho

"Não podemos mais jogar sementes ao solo e apostar na regularidade das chuvas"


por José Hermeto Hoffmann*

As últimas décadas nos ensinam que não podemos mais jogar as sementes ao solo e apostar na regularidade das chuvas para obtermos boas safras. É preciso substituir a aleatoriedade do clima pela tecnologia da irrigação. O BRDE tem feito a sua parte nesta tarefa desafiadora. Entre 2009 e 2012, financiou 366 sistemas de irrigação em terras gaúchas. Foram R$ 80 milhões nos últimos três anos e, em 2012, 94% de aumento nos financiamentos para este tipo de projeto. Somente na última edição da Expodireto, o banco recebeu R$ 44,9 milhões em solicitações de financiamento para irrigação. Hoje, 40% de toda a área irrigada, nos cultivos de soja, milho, feijão e pastagens do Estado, é financiada pelo banco. Isto representa 25 mil hectares, mas se pensarmos que a área total cultivada no Estado é de quatro milhões de hectares, fica evidente o tanto que ainda precisamos avançar.


Enquanto não desenvolvermos uma cultura de irrigação, vamos seguir perdendo safras e reduzindo competitividade em setores agroindustriais importantes. O programa Mais Água, Mais Renda, do governo do Estado, é uma das iniciativas que ajuda a colocar na mão do produtor a decisão de "fazer chover" sobre a lavoura. Quem aderiu à tecnologia vem obtendo resultados muito positivos, mesmo nesta safra, com chuvas ditas regulares, colhendo cerca de 30% mais do que aqueles que não o fizeram. Só este percentual extra já compensa o valor do financiamento. O Mais Água, Mais Renda é um esforço concreto para tornar a irrigação mais acessível e barata. Além das linhas de crédito disponíveis, oferecerem juros negativos (PSI a 3% a.a), o Tesouro do Estado subvenciona em até 25% do investimento para pequenos, 20% para médios e 12% para os grandes. O programa também possui licenciamento e outorga ambiental, o que desburocratiza os processos de aprovação e liberação dos recursos. Financiar a irrigação é no que o BRDE acredita para tornar o PIB gaúcho menos vulnerável às safras de verão.


*Diretor do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul/BRDE

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.