Oposição dos europeus aos OGMs não é tão grande
Eles estão mais preocupados com o uso indevido de antibióticos em animais de fazenda
Apesar da percepção geral de oposição aos alimentos transgênicos na Europa, novas pesquisas mostram que os consumidores do velho mundo estão cada vez menos interessados nessa questão. Embora os europeus sejam amplamente considerados como opositores incondicionais dos OGMs, uma nova pesquisa revela que eles dificilmente se importam com essa questão.
Em vez disso, os europeus de hoje estão mais preocupados com o uso indevido de antibióticos, hormônios e esteroides em animais de fazenda (44%), resíduos de pesticidas em alimentos (39%), contaminantes ambientais em peixes, carne ou laticínios (37%) e aditivos alimentares, como corantes, aromatizantes e conservantes (36%). Apenas 27% escolheram organismos geneticamente modificados (OGMs) de uma lista de 15 possíveis preocupações com a segurança alimentar, uma redução substancial de 66% que selecionou essa opção em 2010.
O relatório, realizado pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA), buscou obter informações sobre o interesse geral dos europeus na segurança alimentar e negou a narrativa muitas vezes repetida que 90% dos europeus se opõem aos alimentos transgênicos. Os resultados mostraram significativamente menos preocupações sobre os OGMs em cada um dos 28 estados membros da União Europeia.
"Já se passaram quase 10 anos desde a última pesquisa da UE sobre esta questão", disse o Dr. Bernhard Url, diretor executivo da EFSA, em um comunicado à imprensa publicado no relatório. "A sociedade mudou muito neste tempo e a maneira como produzimos e consumimos alimentos também evoluiu”, indica.
A EFSA observou que, à medida que as preocupações dos europeus sobre os OGMs parecem ter diminuído, novas preocupações surgiram, como os microplásticos.
