Organizações agrárias argentinas iniciam nova greve contra Kirchner
BUENOS AIRES, Argentina (AFP) - Organizações patronais agrárias argentinas iniciarão uma nova greve à meia-noite dessa quinta-feira, por uma semana, em mais um capítulo do duro embate com o governo da presidente Cristina Kirchner em torno dos impostos sobre as exportações de soja.
Os dirigentes agrários lançaram a greve como medida de repúdio a um veto de Kirchner a lei que suspendia os impostos sobre a exportação de grãos nas áreas afetadas pela seca na província de Buenos Aires (centro-leste), coração da produção de grãos.
Durante os sete dias da greve, será interrompida a comercialização de grãos - em especial a soja, uma das principais fontes de renda do país - e carne.
"Não haverá nenhum problema nesta semana de paralisação. A indústria de óleo tem estoque de grãos para mais de sete dias e o mesmo ocorre com os exportadores", disse à AFP Alberto Rodríguez, diretor executivo do Centro de Exportadores de Cereais (Ceara).
Apesar disto, na quarta-feira os preços do trigo já sofreram um aumento no mercado de futuros de Chicago devido à greve na Argentina e à seca na Austrália.
A direção do movimento também descartou que a paralisação tenha impacto sobre o mercado interno de grãos e carnes.
"A medida não vai afetar absolutamente o abastecimento", afirmou ness
a quinta-feira Hugo Biolcati, um dos líderes do protesto e presidente da Sociedade Rural, que reúne grandes fazendeiros da zona do Pampa Úmido.
Nas primeiras horas de quinta-feira, dezenas de agricultores da província de Buenos Aires e do Chaco (nordeste), entre outros distritos, pararam com veículos e tratores à beira das estradas para esperar pelo início da greve.
Os produtores rurais pedem uma redução do imposto sobre a exportação de soja dos atuais 35% para pelo menos 20 ou 15%, além de exigirem o fim das alíquotas sobre o trigo, o milho e o girassol (em média 23%).
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