Os métodos de controle do ácaro da leprose
O ácaro transmite um vírus que causa lesões e queda dos frutos

O ácaro da leprose (Brevipalpus yothersi) tem tido pressão alta sobre o citrus, aliado a poucos produtos para seu combate. Ele transmite um vírus para frutos, ramos e folhas e gosta de clima quente e seco, fazendo com que as regiões Centro e Norte fechem o ciclo em 18 dias, enquanto no Sul, onde é mais frio, o ciclo leva até 49 dias.
No fruto causa lesões como manchas marrons, com halo amarelado e casca pipocada e também impacta na estrutura da planta, danificando os danos e resultando em perda de produtividade que podem chegar a 40%. Quando a lesão chega às folhas é um sinal que o volume de ácaros é enorme no pomar. Quem avalia a situação é Leandro Fukuda, pesquisador da FarmAtac, especializada em citrus, durante uma live promovida pela Ihara. “Nos meus 30 anos de citricultura uma das épocas de maior vírus no campo é esta. Daqui pra frente, teremos que nos preocupar mais com isso”, alerta.
O pesquisador explica que o ácaro tem perdido a atuação em reboleiras e hoje incide em toda quadra, provocando danos maiores.
Como controlar
Fukuda explica que algumas medidas podem ser adotadas para controlar o ácaro da leprose:
- No inverno é importante fazer as podas de limpeza dos ramos afetados;
- Na colheita retirar todos os frutos da plantas não deixando nenhum remanescente;
- controlar a verrugose;
- Controlar as plantas daninhas hospedeiras do ácaro;
- Fazer a inspeção quinzenal do ácaro em pelo menos 1% das plantas de cada talhão;
- Fazer a pulverização com acaricida quando necessário.
Manejo integrado
No manejo integrado a inspeção e o treinamento são os primeiros passos. Frutos com verrugose e plantas empoeiradas estão mais sujeitos à incidência de ácaros e deve se fazer a amostragem adequada:
Plantas em formação: inspecionar os ramos mesmo que já contenham frutos.
Plantas adultas: frutos internos e ramos internos com ou sem fruta verde nas pontas.
Controle químico
Ainda existem outras medidas para o controle químico:
- O nível de ação é de no máximo 5% por talhão sem vírus e o controle deve ser imediato;
- Atente aos requisitos para um controle químico adequado: velocidade de aplicação, volume de calda adequado, horário de aplicação, misturas de produtos, condições dos equipamentos e rotação de grupos químicos para manejo de resistência;
- Controle da altura de plantas (poda) para melhorar a qualidade da aplicação;
- Dar atenção às plantações vizinhas que podem abrigar e multiplicar a praga.