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Os preços mundiais do arroz continuam baixando exceto na Tailândia

As informações são do InterArroz


As informações são do Informativo Mensal do Mercado Mundial do Arroz (InterArroz), elaborado pelo analista internacional Patricio Méndez del Villas, do Cirad, da França

Em novembro, os preços mundiais continuaram caindo em todos os mercados, exceto na Tailândia, onde a nova política de preços e as graves inundações do mês de outubro contribuíram para manter os preços bastante altos em relação a seus principais competidores asiáticos. Estes últimos seguem baixando seus preços e, assim, ampliando ainda mais a diferença com a Tailândia. Inclusive os preços norte-americanos acompanham a tendência asiática e se encontram abaixo dos preços tailandeses. As informações são do Informativo Mensal do Mercado Mundial do Arroz (InterArroz), elaborado pelo analista internacional Patricio Méndez del Villas, do Cirad, da França.


Segundo ele, nos próximos meses, os preços mundiais devem continuar em tendência baixista, devido aos excedentes na oferta de exportação e ao declínio previsto para o comércio mundial de arroz em 2012. Esta é a conseqüência lógica do aumento da produção mundial e das reservas mundiais, que provavelmente alcançarão o nível mais alto dos últimos dez anos.

Em novembro, o índice OSIRIZ/InfoArroz (IPO) caiu levemente 0,5 pontos para 266,6 pontos (base 100 = janeiro 2000) contra 267,1 pontos em outubro. No início de dezembro, o índice IPO marcava 264 pontos.

Produção e comércio mundiais

Segundo a FAO, a produção mundial em 2010 alcançou 700 milhões de toneladas (467Mt base arroz branco) contra 683Mt de arroz em casca em 2009, aumento de 2,3%. As colheitas têm melhorado em quase todas as regiões arrozeiras do mundo graças a uma extensão das áreas de cultivo, as quais alcançaram cerca de 163Mha.

As projeções para a temporada 2011 indicam um novo recorde da produção em 723Mt (482,4Mt base arroz branco), alta de 3,4%. Este incremento será concentrado nos principais países produtores asiáticos, especialmente China, India e Indonésia, as quais totalizam quase dois terços da produção mundial.

Em 2011, o comércio mundial poderá subir 8%, atingindo um volume recorde de 34Mt contra 31,5Mt em 2010. Em 2012, os fluxos comerciais poderiam cair 1,5% para 33,5Mt, em função de uma menor demanda de importação em certos países asiáticos.

As disponibilidades exportáveis dos principais exportadores continuam amplamente suficientes para atender a demanda mundial.

Os estoques mundiais de arroz para o final de 2011 foram aumentados novamente e devem subir 4,3% para 138,4Mt contra 132,7Mt em 2010. Estas reservas representam quase 30% das necessidades mundiais. Em 2012, as projeções dos estoques mundiais indicam um novo incremento significativo de 7,7% para 149M.

Mercado de exportação

Na Tailândia, ao contrário dos principais mercados de exportação, os preços se mantiveram firmes, orientados pelo novo regime de preços internos e pelas inundações que afetaram uma parte da colheita principal. As reservas públicas e privadas de exportação são, sem embargo, abundantes e a
segunda colheita, que chegará em meados de 2012, pode aumentar significativamente para compensar as perdas anteriores. Enquanto isso, as vendas externas de novembro tiveram uma queda de 20 a 30% em relação aos meses passados. Não obstante, as exportações acumuladas ultrapassam 10Mt em 2011. As previsões para 2012, porém, indicam um declínio das vendas para 8Mt.

Em novembro, o Tai 100%B foi cotado a US$ 630/t Fob contra $ 613 em outubro. O Tai Parboilizado se manteve estável em $ 598/t contra $ 597/t em outubro. Já o quebrado A1 Super subiu 9% para $ 529/t contra $ 486/t em outubro. No início de dezembro, os preços do arroz de alta qualidade começavam a declinar, pressionados pela competição com os vietnamitas.


No Vietnã, os preços de exportação recuaram 2% em relação a outubro. Este país continua tirando benefícios do diferencial de preços com a Tailândia. Os exportadores vietnamitas começaram a captar alguns mercados até agora controlados pelos tailandeses. As exportações devem alcançar 7Mt em 2011. Estas podem subir novamente en 2012 para 7,5Mt, aproximando-se assim do primeiro lugar no ranking mundial.
Em novembro, o Viet 5% marcou $ 555/t contra $ 566/t em outubro. O Viet 25% também baixou para $ 506/t contra $ 514 anteriormente. No início de dezembro, os preços se encontravam mais firmes.

No Paquistão, os preços acusaram uma nova queda de 5%. Os exportadores paquistaneses devem alinhar-se frente aos competidores indianos, os quais continuam oferecendo os preços mais baixos do mercado. Prevê-se que as vendas paquistanesas cairão este ano, devido à fraca colheita 2010/11. O Pak 25% foi cotado a $ 391/t contra $ 420/t em outubro.

A India fez grande retorno ao mercado mundial, com preços extremamente competitivos. A India parece querer se desfazer massivamente de seus estoques. Mesmo as empresas públicas podem voltar ao mercado via contratos de governo a governo com países asiáticos. A India espera também reativar suas vendas no continente africano. O arroz Indiano 5% caiu 5% para $ 394/t contra $ 412/t em outubro.

Nos Estados Unidos, os preços de exportação seguem a tendência dos mercados asiáticos e baixaram 5% em um mês. O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 foi de $ 593/t contra $ 625 em outubro, e se encontra, pela primeira vez desde agosto 2010, abaixo do preço de referência tailandês. Na Bolsa de Chicago, os preços futuros para janeiro 2012 recuaram significativamente 15% entre o início de novembro e inicio de dezembro, devido a um mercado interno praticamente
inativo.

No Mercosul, os preços de exportação acompanham também a tendência baixista dos preços internacionais. Por sua vez, o preço de referência do arroz em casca no Brasil se manteve
firme em relação a outubro. Apesar das vendas externas pouco ativas atualmente, o balanço 2011 é amplamente positivo. Sobretudo no Brasil, onde o programa de incentivo às exportações funcionou bem. As exportações brasileiras podem ultrapassar o nível histórico de 1Mt (equivalente arroz
beneficiado) contra 0.4Mt em 2010. No Uruguai, as exportações continuam se concentrando no mercado do Oriente Médio.

Na África, as importações podem aumentar depois de anos de relativa estabilidade da demanda de importação. A produção arrozeira, especialmente nos países da África Ocidental, deve estancar neste ano devido a chuvas irregulares.

QUADRO DE OFERTA E DEMANDA DOS GRANDES PRODUTORES MUNDIAIS

Em Milhões
de toneladas

                     Produção
                     Beneficiado                            Exportações                Estoques

                     2010             2011               2010              2011p             2011


Mundo        467,0                482,4         31,5               34,0                 138,4
China         134,0                137,0          0,7                 0,8                   75,2
Índia            89,1                  94,1            2,0                 2,3                   19,1
Indonésia   43,2                  44,3            -                     -                        5,4
Vietnã          25,9                  26,6            6,9                 7,5                   2,8
Tailândia     21,3                 20,9             9,0                 10,0                 5,2
Brasil           8,6                    8,0               0,4                 1,0                   2,0
EUA              7,6                    6,8               3,9                 3,4                   1,7
Paquistão   6,9                    5,5               3,6                 2,7                    0,4

Fontes: FAO & USDA, Novembro 2011
Elaboração: Patricio Méndez del Villar, Dezembro 2011

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